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Prates nega que Lula mandou cortar dividendos da Petrobras e que discussão é “muita espuma”

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O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, negou nesta segunda (11) que o corte de R$ 14,2 bilhões em dividendos extraordinários da estatal tenha sido uma ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que levou a companhia a perder R$ 55,3 bilhões em valor de mercado após frustrar as expectativas dos acionistas.

A companhia anunciou na quinta (7) uma redução de 33,8% nos lucros em 2023 e de 66% nos dividendos, sendo que os R$ 14,2 bilhões, do total de R$ 72,4 bilhões estimados, ainda necessitavam de aprovação da Assembleia Geral Ordinária da estatal.

“O presidente não deu nenhuma ordem sobre a questão dos dividendos. Nós estamos discutindo isso com o acionista majoritário dentro dos espaços possíveis. Houve uma discussão a tempo do anúncio do balanço, havia necessidade de fechar o balanço. E foi definido que a gente adiaria a discussão”, disse no final da manhã ao G1.

Prates terá uma reunião com Lula às 15h no Palácio do Planalto em que se especulava que iria discutir a questão dos dividendos e da perda de valor de mercado da Petrobras. Desde as primeiras horas do dia, as ações da estatal estão oscilando com o mercado financeiro à espera do que será discutido.

Jean Paul Prates, no entanto, negou que os
dividendos da estatal estarão na pauta, e que a reunião já estava marcada
previamente. “Essa atualização junto ao presidente estava combinada para hoje
[segunda, 11]. É claro que o assunto de dividendos deve surgir no final da
reunião e a gente vai falar um pouco sobre isso, mas o objetivo da reunião não
é esse”, ressaltou.

Ainda segundo o dirigente da estatal, o Conselho
de Administração da Petrobras propôs o pagamento de dividendos extraordinários
aos acionistas, uma fatia maior dos lucros. No entanto, os representantes do
governo votaram contra a proposta, que acabou sendo rejeitada.

Prates afirmou que agora precisam decidir o que fazer com os dividendos, mas destacou que os extraordinários remanescentes de 2023 “não podem ser usados para outra coisa” e que a discussão é apenas “espuma”.

“Ficamos com aquela decisão pendente. Os
dividendos extraordinários, é bom que se diga, se distribuem 100% para os
acionistas todos, inclusive o governo, que tem 37% disso, ou fica tudo numa
conta de reserva. Eu parti com a diretoria para uma proposta intermediária, uma
proposta de 50% a 50%. A gente divide uma metade, distribui, afinal esses
acionistas também acreditaram na nossa gestão”, concluiu.

Segundo a estatal, o lucro líquido em 2023 foi de R$ 124,6 bilhões, enquanto que, em 2022, o montante chegou a R$ 188,3 bilhões, o maior da série histórica. A redução do lucro ocorreu, segundo a companhia, devido à queda de 18% no preço internacional do petróleo do tipo “Brent”, referência na negociação do óleo.

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