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Lula deixa presidência do Mercosul e reconhece que não conseguiu consenso entre países

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou a presidência rotativa do Mercosul nesta quinta (7) sem conseguir fechar o tão desejado acordo comercial com a União Europeia e reconheceu que o andamento do bloco não tem consenso entre os países membros.

Lula
passou o comando do bloco para o presidente paraguaio, Santiago Peña, afirmando
que “não tem problema” que os mandatários de cada país sejam trocados a cada
quatro anos e que tenham visões diferentes sobre a condução das relações
comerciais exteriores.

“Tem um
mais à direita, um mais à esquerda, um mais favorável, um mais contra. Um dia a
gente vai encontrar o denominador comum”, disse Lula em discurso na Cúpula do
Mercosul, que terminou no Rio de Janeiro.

O petista disse ter uma expectativa “muito grande” para a presidência de Peña no bloco para seguir nas negociações com os europeus, na integração dos países da América Latina e nas relações com a África. “Você sabe que eu sou um fanático pela relação com a África, até porque eu acho que o Brasil tem uma dívida histórica com a África e nós temos que pagar, transferindo tecnologia”, afirmou o presidente brasileiro.

Por
outro lado, Peña fez um caminho contrário e disse que pretende olhar mais para
dentro do bloco do que dar tanta atenção ao exterior. O mandatário paraguaio
pregou um desenvolvimento maior das relações comerciais entre os países latinos
e que eles estão “na melhor região do mundo e com maior potencial” – neste ponto
convergindo com Lula no objetivo de uma maior integração regional.

“Quero
encorajar-me a sonhar que podemos voltar a concentrar-nos nestes grandes
desafios enquanto região. Em guarani tem uma frase que diz ‘ya ovalema’, que é
suficiente, e não quero dizer isso no sentido de que não queremos avançar com a
União Europeia. Queremos avançar, mas acho que nos basta parar de olhar para
fora e começar a olhar mais para dentro”, afirmou.

Por outro lado, Peña também expressou que um problema que um país vizinho possa ter – citando a Argentina, que passa a ser presidida pelo libertário Javier Milei a partir de domingo (10) – não é apenas um restrito a esse país, mas é um “problema para todos”.

“Não existe Mercosul onde apenas alguns tenham um bom desempenho e os ciclos econômicos não afetem de forma diferente. Os problemas atuais que a irmã Argentina pode ter não são os problemas da Argentina, são os problemas de todos os países do Mercosul”, concluiu.

Além do Paraguai, que pretende reforçar as relações entre os países do continente, o Uruguai também não é mais um grande defensor do Mercosul. O presidente Luis Alberto Lacalle Pou já se mostrou favorável diversas vezes em fechar acordos bilaterais fora do bloco, contrariando as expectativas de Lula.

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