A inflação do mês de julho teve uma alta de 0,38% de acordo com dados do IBGE divulgados na manhã desta sexta (9). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado para calcular a inflação oficial do país, ficou um pouco acima do esperado pelo mercado financeiro, que previa 0,35%.
Ainda segundo o IBGE, a inflação deste mês é 0,17 ponto percentual acima da registrada em junho, que foi de 0,21%, e chega a 4,5% em 12 meses. Este índice é superior ao centro da meta de 3% que o Banco Central busca atingir e que influencia diretamente na definição da taxa básica de juros – atualmente mantida em 10,5%.
A alta do IPCA em julho foi influenciada principalmente pelos segmentos de Transportes (1,82%), Habitação (0,77%) e despesas pessoais (0,52%). Apenas o de Alimentos e Bebidas recuou e terminou com uma queda de 1%.
O relatório do IBGE aponta que as passagens aéreas foram as maiores vilãs da inflação em julho, com uma alta de 19,39%. O preço do etanol também ajudou na piora do índice, com uma alta de 5,9%.
Na outra ponta, o antigo vilão da inflação, o tomate, teve uma queda de 31,24% nos preços, seguido pela cenoura (-27,43%), da cebola (-2,84%) e da batata inglesa (-7,48%).
Os dados do IBGE confirmaram a previsão que os analistas da Warren Investimentos anunciaram, embora os números tenham ficado acima do esperado.
“A conhecida variação de 19,21% em passagem aérea e a alta de 2,75% em gasolina deverão contribuir para esta pressão. Por outro lado, esperamos desaceleração em alimentação no domicílio de 0,47% para deflação de 1,33%, principalmente em razão dos produtos in natura”, apontaram os analistas em relatório.
No acumulado apenas deste ano, a inflação do país é de 2,87%. Ao final de 2024, analistas do mercado financeiro projetam uma alta de 4,12%, de acordo com o mais recente Relatório Focus desta semana.
A expectativa vem subindo gradativamente a cada semana e preocupa o governo, como disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na reunião ministerial desta quinta (8) – embora considere que está “totalmente equilibrada”.
Isso porque a inflação alta afeta diretamente na definição da taxa básica de juros, em que a mais recente ata do Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que deve manter em 10,5% pelo tempo necessário até se alcançar o centro da meta de 3%.