O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera um crescimento “moderado” para a economia brasileira de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. No mês passado, a projeção previa uma expansão de 0,9% do PIB. O corpo técnico divulgou o novo relatório nesta terça-feira (16) sobre a visita da missão da entidade ao país. “Projetamos uma melhora do crescimento para 1,4% em 2024 e 2% no médio prazo”, diz a nota. .
“Apoiamos fortemente o compromisso das autoridades em melhorar a posição fiscal brasileira. Reconhecendo a necessidade de preservar a sustentabilidade da dívida, as autoridades almejam um superávit primário de 1% do PIB até 2026”, disse a economista do FMI, Ana Corbacho, que liderou a missão ao Brasil. Os técnicos também defenderam um esforço fiscal “mais ambicioso”, com o arcabouço fiscal e a reforma tributária para diminuir a dívida.
“O corpo técnico recomenda um esforço fiscal mais ambicioso que continue além de 2026 para posicionar a dívida numa trajetória firmemente descendente e, ao mesmo tempo, proteger os gastos sociais e de investimento, com o apoio de um arcabouço fiscal reforçado, uma maior ampliação da base tributária e reformas que enfrentem a rigidez dos gastos. A aprovação do projeto de reforma tributária das autoridades simplificaria consideravelmente o regime tributário e poderia aumentar o produto potencial”, afirmou a economista.
Corbacho também elogiou iniciativas do Banco Central, como o Pix e o sistema financeiro aberto (Open Finance). Além disso, a missão afirma que “baixar a inflação é crucial para proteger as famílias vulneráveis, que são as mais prejudicadas pela inflação alta”.
“Para aumentar a clareza em torno da flexibilidade quando choques atingirem a economia e reduzir a incerteza, a possibilidade de definir uma meta fixa de médio prazo poderia ser avaliada, à semelhança de outros países da região. Em contraposição, estabelecer anualmente metas para inflação futura é uma maneira menos eficiente de obter flexibilidade. Um nível adequado de reservas cambiais e a taxa de câmbio flexível continuam a ser importantes amortecedores de choques”, disse a economista.