A Castore informou que a meta da empresa de material esportivo para 2023 é penetrar em mais mercados externos, aumentando o faturamento da empresa. A companhia, com sede em Manchester, previa inicialmente um faturamento de US$ 243 milhões, com EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de cerca de US$ 24,3 milhões.
No entanto, Tom Beahon, cofundador da empresa, informou que agora há metas mais ambiciosas para este ano.
“Não posso falar de detalhes, mas o que vimos nos últimos 12 meses nos deu confiança para melhorar as coisas”, afirmou Beahon, em entrevista ao site SportsPro.
Alheio à crise
Para Beahon, apesar do cenário de crise econômica internacional, o esporte deverá ser pouco afetado, garantindo manutenção do interesse do consumidor.
“O esporte é inerentemente resiliente. Os consumidores reduzirão uma série de coisas com as quais talvez não gastem dinheiro à medida que os preços de energia e o custo de suas hipotecas aumentarem. Mas, de um modo geral, o esporte não será uma dessas coisas”, analisa.
“Nós as chamamos de compras de paixão. Não são compras discricionárias. Isso dá ao esporte como mercado características muito mais resilientes do que quase qualquer outro mercado de consumo que eu possa imaginar”, acrescenta.
Investimentos
A Castore também aumentou recentemente sua linha de crédito de US$ 60,8 milhões para US$ 91,2 milhões, o que Beahon descreveu como um “forte endosso de nossa estratégia de crescimento” para se tornar “uma marca premium de roupas esportivas do mundo”. A empresa também quer que sua receita chegue a US$ 608 milhões em três anos.
Desde o lançamento online no Reino Unido em 2016, a Castore se expandiu para a Europa, incluindo Espanha, Itália e Alemanha. Beahon identificou a Holanda e os países da Escandinávia como “mercados fantásticos”, mas acredita que há “enorme espaço” para a marca entrar no Oriente Médio e o restante da Ásia.
Rúgbi e críquete
A Castore também quer aumentar sua presença na Austrália, tendo assinado acordos de fornecimento de material esportivo com Melbourne Storm e Sydney Roosters, da Liga Nacoinal de Rúgbi (NRL, na sigla em inglês). Os esforços para construir a marca nos Estados Unidos também aumentarão, auxiliados por uma parceria com a federação de rúgbi dos Estados Unidos.
Mais parcerias em toda a Europa também devem ser reveladas em 2023, com Beahon confirmando que “muitas” estavam em andamento. Castore já começou o ano anunciando um acordo com o clube inglês de críquete Surrey.
O críquete, esporte muito popular em ex-colônias britânicas, será um dos focos de investimento nos próximos 12 meses. Na Fórmula 1, a Castore firmou acordos com as equipes McLaren e Red Bull.
“Não acreditamos que as grandes marcas estejam realmente focadas em [críquete e rúgbi] da maneira que poderiam ou deveriam estar. Portanto, continuar investindo no críquete e no rúgbi e realmente nos tornarmos líderes é algo que nos deixa muito entusiasmados”
Tom Beahon, cofundador da Castore
O executivo não comentou se Castore estaria interessada em se tornar parceira da seleção de críquete da Índia, uma das potências da modalidade.
No início deste mês, o Conselho de Controle do Críquete na Índia (BCCI) assinou um acordo com a marca Killer da Kewal Kiran Clothing Limited (KKCL) apenas até o final de 2023, após a saída antecipada da Mobile Premier League (MPL) Sports.
Financiamento
A Castore conta atualmente com 11 lojas físicas no Reino Unido. O foco continuará sendo as vendas online. No entanto, Beahon disse que “lojas emblemáticas” poderiam abrir com mais parcerias importantes. Uma loja na Europa Central, onde a equipe de Fórmula 1 da Red Bull é popular, é uma opção.
Os planos de expansão são apoiados por investidores como os irmãos Issa, donos da rede de supermercados Asda, o tenista britânico Andy Murray, os fundadores da Pure Gym, Peter Roberts e Brian Scurrah, além do fundador da New Look, Tom Singh.
A Castore foi avaliada em US$ 912 milhões em setembro passado e Beahon afirmou que novas formas de financiamento, incluindo empresas de capital de risco, eram uma possibilidade, já que a marca se propõe a competir globalmente.
“Estamos em uma posição privilegiada porque não precisamos arrecadar dinheiro. Somos rentáveis, geradores de caixa, provamos nossa capacidade de crescer de forma rentável”
Tom Beahon, cofundador da Castore
“Temos parceiros bancários muito favoráveis [HSBC, BNP Paribas e Silicon Valley Bank] que nos forneceram um nível realmente forte de liquidez. Então, temos uma base de acionistas existente muito forte”, completa.
Segundo o executivo, esses fatores combinados fazem com que a companhia seja atraente para a atração de capitais de investidores de private equity.
“Está bem documentado que tem havido um interesse significativo de investidores institucionais em esportes. Portanto, para Castore, temos a ambição de ser uma marca de faturamento de bilhões de libras. Temos ambições de ser uma marca genuinamente global”, afirma Beahon.
“Para concretizar essas ambições, vamos considerar a contratação de um parceiro financeiro estratégico, potencialmente um investidor institucional. Se isso precisa ser em 2023 ou não, não sabemos. Mas certamente há oportunidades interessantes por aí”, acrescenta.
Fonte: Máquina do Esporte