A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que o Brasil já perdeu dez anos ao não começar a explorar petróleo na Margem Equatorial, área tida como o “novo pré-sal” devido à expectativa de grandes jazidas.
Os blocos mais promissores, na Bacia da Foz do Amazonas, foram leiloados na 11.ª Rodada de Licitações, em 2013, e até hoje o Ibama não liberou nem sequer o início das pesquisas para atestar se de fato há petróleo em quantidade na região.
A área marítima que vai da costa do Rio Grande do Norte ao Amapá é considerada uma nova fronteira para o país continuar a produzir óleo, o que dará fôlego ao setor nos próximos anos.
“A Margem foi licitada em 2013. Todo estudo foi feito. A Total estudou e desistiu, assim como a BP. A Petrobras está lá agora com todos os esforços. Não é crível que três grandes petroleiras estejam desempenhando mal seu papel em termos de licenciamento”, disse Chambriard no Rio de Janeiro, em evento patrocinado pelo governo da Arábia Saudita.
A executiva voltou a afirmar que vai fazer o que for preciso para “não jogar fora nenhuma oportunidade de fazer esse país crescer”, e isso inclui trazer o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), ministros e o próprio presidente Lula à pauta.
Lula já disse que é favorável à exploração, assim como ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o que aumenta cada vez mais a pressão em torno da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
“O que não se resolveu em dez anos dificilmente será resolvido tecnicamente. Eu acho que essa questão transcende a discussão técnica”, disse Magda, segundo o site EPBR.
A Petrobras pediu licença ambiental para começar a explorar o bloco na Foz do Amazonas (FZA-M-59), cujo potencial é de 5,6 bilhões de barris de óleo, segundo estudos feitos pela empresa. Mas o Ibama disse que os estudos apresentados estavam incompletos e não autorizou a estatal a trabalhar na área.
Procurado pela Gazeta do Povo para saber como está a situação das liberações da Margem Equatorial, o órgão ambiental disse que neste ano enviou à Petrobras um ofício pedindo avaliação dos impactos sobre os povos indígenas da região do Oiapoque, no Amapá, e que até o momento a Petrobras não protocolou resposta.