A eventual criação de uma moeda comum aos países que fazem parte do Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi discutida entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, nesta terça-feira (3). A informação foi repassada pelo próprio embaixador, de acordo com o g1. Mesmo com a hipotética criação, cada país continuaria a ter também a sua própria moeda.
Para Scioli, a moeda comum iria fortalecer o comércio entre os países do bloco. “Não significa que cada país não tenha sua moeda. Significa uma unidade para integração e aumento do intercâmbio comercial no bloco regional. E, como disse o presidente Lula, fortalecer o Mercosul e ampliar a união latino americana é muito importante”, afirmou o embaixador, após a reunião com Haddad, segundo declaração publicada pelo g1. O Ministério da Fazenda não comentou o assunto.
Os países que fazem parte do Mercosul são Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. A Bolívia passa pelos trâmites para passar a fazer parte do bloco.
Já a Venezuela também integra o Mercosul, mas está suspensa desde 2017 devido à ruptura da ordem democrática no país. Essa informação consta no site do bloco econômico.
Outros temas
Ainda de acordo com o embaixador, outro tema discutido na reunião com Haddad foi um acordo de integração entre Brasil e Argentina.
Por meio das redes sociais, Scioli disse que a negociação deve ser fechada entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da Argentina, Alberto Fernández, na próxima reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que será em Buenos Aires.
O argentino também disse que outro assunto discutido foi o “financiamento do comércio exterior com compensação de 180 dias para aumentar as exportações e o comércio com o Brasil, cuidando das reservas de ambos os países no âmbito do sistema de moeda local”.
O terceiro e o último tema da reunião bilateral foi um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as próximas etapas do gasoduto Néstor Kirchner. Segundo o embaixador, a obra “permitirá o abastecimento sustentável de gás ao Brasil e o equilíbrio da balança comercial [da Argentina]”.
Ele não mencionou especificamente a moeda comum do Mercosul na série de postagens nas redes sociais.