Joesley e Wesley Batista devem voltar à JBS sete anos depois de renunciarem em meio a investigações

Os irmãos Joesley e Wesley Batista foram indicados pelo conselho de administração da gigante frigorífica JBS a retornarem para o colegiado sete anos depois de renunciarem por envolvimento na investigação da Operação Greenfield, derivada da Lava Jato. A indicação foi enviada pela empresa na noite de terça (26) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para ser votada pelos acionistas.

De acordo com o comunicado, a que a Gazeta do Povo teve acesso, a criação de duas novas vagas no conselho será votada no dia 26 de abril. “A administração da JBS propõe a eleição dos seguintes candidatos para ocupar as duas novas vagas para o Conselho”, diz o comunicado citando os nomes dos irmãos.

Com isso, o conselho da empresa passará a ter 11
integrantes, um aumento em relação aos 9 membros atuais.

Como acionistas controladores da JBS, Wesley e Joesley Batista têm uma longa trajetória na empresa. Em 2017, os dois empresários firmaram acordos de colaboração com o Ministério Público Federal, no contexto da Operação Greenfield.

Joesley e Wesley chegaram a ser presos em 2018 durante a Operação Tendão de Aquiles por usarem informação privilegiada para negociar ações do grupo JBS e investir em dólar antes da delação premiada firmada por eles vir à tona quatro meses antes.

Embora esses acordos ainda estejam em vigor, não impedem que eles exerçam as funções nas empresas do grupo ou em empresas de capital aberto. Os irmãos também são acionistas da J&F Investimentos, com Wesley atuando como vice-presidente do Instituto J&F e Joesley como presidente do mesmo instituto.

Eles ainda detém, entre outras empresas, a Âmbar Energia, que disputou sozinha a retomada da transmissão de energia elétrica da Venezuela para Roraima.

No final do ano passado, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu temporariamente a multa de R$ 10,3 bilhões imposta à J&F no acordo de leniência firmado com o Ministério Público Federal (MPF). A liminar foi autorizada pelo magistrado em um litígio envolvendo uma das empresas do grupo.

A decisão de Toffoli é uma resposta a um recurso apresentado pela J&F ao STF em novembro após o desconto de R$ 6,8 bilhões na multa, inicialmente concedido pelo subprocurador da República, Ronaldo Albo, e anulado pelo Conselho Institucional do Ministério Público Federal (MPF).

A multa cancelada estava relacionada a um acordo firmado entre a J&F e o MPF no âmbito da Operação Greenfield. A empresa havia impetrado o recurso no STF buscando não apenas o cancelamento da multa, mas também a anulação de todos os “negócios jurídicos de caráter patrimonial” derivados das operações Lava Jato, Sépsis e Cui Bono.

Fonte

Mostre mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor desativar seu adblock para continuar!