A Lua está esfriando, o que acaba acarretando seu encolhimento, e como uma uva desidratada se transforma em passa, a superfície lunar está se tornando enrugada. A consequência disso são terremotos e deslizamentos de terra, investigados em uma nova pesquisa.
No estudo publicado recentemente no The Planetary Science Journal, pesquisadores liderados por Thomas R. Watters, cientista sênior do Centro de Estudos da Terra e Planetários do Museu Nacional do Ar e do Espaço, investigaram os efeitos que os terremotos lunares podem ter na superfície da Lua. O foco principal foi no polo Sul lunar, isso porque a região é de grande interesse para o futuro da exploração humana e robótica no satélite.
Para quem tem pressa:
- Os terremotos e deslizamentos de terra na Lua acontecem porque sua superfície é pouco compactada;
- Apesar deles não serem tão poderosos, os tremores podem durar horas, o que pode deixar a situação preocupante;
- Essas investigações foram realizadas visando garantir a segurança de equipamentos que serão enviados para o polo Sul lunar nos próximos anos.
Terremotos na Lua
Durante as investigações descobriu-se que algumas das encostas superficiais no polo sul lunar são vulneráveis ao desmoronamento devido aos tremores. Essa região, assim como toda a Lua, foi bombardeada por asteroides e cometas ao longo de bilhões de anos, fazendo com que o material ficasse pouco compactado e favorecendo a ocorrência de tremores e deslizamentos de terra.
Os terremotos lunares, ou lunamotos, se iniciam entre 50 e 220 quilômetros abaixo da superfície lunar e eles não são tão poderosos. O mais forte originado no polo Sul até hoje atingiu a magnitude de apenas 5,7. No entanto, eles podem durar horas, o que pode tornar a situação preocupante para missões futuras que têm o polo sul lunar como destino, como a Artemis 3.
Leia mais:
Nossa modelagem sugere que terremotos superficiais capazes de produzir fortes tremores de solo na região polar sul são possíveis a partir de eventos de deslizamento em falhas existentes ou da formação de novas falhas de empuxo. A distribuição global de falhas de impulso jovens, o seu potencial para serem ativas e o potencial para formar novas falhas de impulso a partir da contração global em curso devem ser considerados ao planejar a localização e estabilidade de postos avançados permanentes na Lua.
Thomas R. Watters, em comunicado
Os pesquisadores esperam agora dar continuidade nas investigações para entender as áreas da Lua que podem apresentar maior perigo sísmico. O objetivo é garantir que equipamentos e infraestruturas estejam seguros durante suas estadias na superfície lunar.
Fonte: Olhar Digital