Review Call of Duty Modern Warfare 3: jogo agrada, mas poderia ser DLC

Call of Duty: Modern Warfare 3 é o novo game da série de FPS da Activision, disponível para PlayStation 5 (PS5), PlayStation 4 (PS4), Xbox Series X, Xbox Series S, Xbox One e PC (via Steam e Battle.net) por R$ 299. Disponível desde o dia 10 novembro de 2023, o jogo fecha a trilogia mais recente de Modern Warfare, mas traz poucas novidades em relação ao game anterior. Por isso, muitos usuários comentaram que o título, na realidade, está mais próximo de ser uma DLC do que um lançamento de fato.

Ainda assim, MW3 traz uma gameplay frenética e que relembra as melhores fases da franquia. Apesar do seu preço cheio e história curta – são cerca de cinco horas, segundo o site HowLongToBeat – o multiplayer do novo Call of Duty é completo e traz 16 mapas clássicos. O modo Zumbis também é destaque, já que é a primeira vez que a saga Modern Warfare recebe a modalidade que é sucesso entre os fãs do FPS. O TechTudo experimentou o game no PS5, e traz todas as impressões a seguir. Confira:

Call of Duty: Modern Warfare 3 é um bom FPS, mas custa caro para um game curto e praticamente igual; veja a review do TechTudo — Foto: Reprodução/Call of Duty

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História com altos e baixos

A campanha de Call of Duty: Modern Warfare 3 é um continuação direta do game antecessor da saga. Por isso, é importante que os usuários tenham jogado o MW2, já que a narrativa começa de forma rápida e com muita ação, sem o objetivo de contextualizar o jogador. Mesmo assim, para aqueles que não habituados com o enredo da série, a experiência pode ser muito divertida, principalmente por conta das suas explosões e tiroteios desenfreados.

No início, o jogo acompanha um batalhão de soldados que invade um Gulag, uma espécie de prisão russa. A missão do grupo é resgatar um prisioneiro numerado como 627, que logo é revelado para o jogador como Vladimir Makarov, o grande vilão da saga. O comandante russo planejou dentro de sua cela todos os detalhes da operação, que tinha como objetivo iniciar uma rebelião entre os presos para facilitar a fuga.

Vladimir Makarov retorna como o grande vilão em Modern Warfare 3; personagem recebeu um trailer próprio — Foto: Divulgação/Call of Duty
Vladimir Makarov retorna como o grande vilão em Modern Warfare 3; personagem recebeu um trailer próprio — Foto: Divulgação/Call of Duty

Com Makarov solto, ele e seu exército buscam retomar o país fictício Urziquistão, que agora está sob comando do Ocidente. O objetivo do comandante é restaurar a glória da “verdadeira Rússia”, e, para isso, ele consegue dominar portos e invadir certas regiões estratégicas da nação, como um usina nuclear, por exemplo. Seu exército agora conta com armas biológicas e misseis potentes, úteis para impor medo e poder sobre seus inimigos. Durante a história, o usuário controla Capitão John Price e seus aliados, como Soap, Kate Laswell e Farah Karim, que precisam encontrar vilão e interceptá-lo.

O formato de algumas missões é praticamente como se fosse um Warzone contra a máquina. O jogador é colocado em um grande mapa, onde precisa procurar munição, armas, coletes e afins para lutar contra os inimigos, da mesma forma que no modo Battle Royale da franquia. A ideia funciona muito bem e se afasta da fórmula batida dos outros jogos, uma vez que o usuário pode encontrar diferentes maneiras de realizar uma mesma tarefa.

Call of Duty: Modern Warfare 3 continua o enredo de MW2 e não busca contextualizar para jogadores de primeira viagem — Foto: Reprodução/Steam
Call of Duty: Modern Warfare 3 continua o enredo de MW2 e não busca contextualizar para jogadores de primeira viagem — Foto: Reprodução/Steam

Você pode ser o estilo de player que gosta de realizar as missões com mais cautela, abusando de armas com silenciadores e estratégia nos movimentos. Ou até mesmo o jogador que gosta de dar uma de “Rambo”, atirando para todos os lados como se fosse um exército de um homem só. Os fãs de Warzone precisam experimentar o modo história, nem que eles fiquem um pouco perdido na narrativa.

Porém, talvez esse seja o principal problema da campanha: ela agrada quem não precisa agradar. A nostalgia é um ponto forte do enredo, mas definitivamente a curta duração é um ponto extremamente negativo para os amantes do singlepayer, parecendo até que foi feito às pressas. Somado ao fato da trama clichê, na qual repete a antiga dinâmica de Ocidente versus Rússia, MW3 tem um modo história atrativo para os amantes de multiplayer, porém desinteressante para aqueles que querem realmente uma trama de respeito.

Algumas missões do modo campanha do Modern Warfare 3 colocam os jogadores em um grande mapa aberto; história dura cinco horas aproximadamente — Foto: Divulgação/Activision
Algumas missões do modo campanha do Modern Warfare 3 colocam os jogadores em um grande mapa aberto; história dura cinco horas aproximadamente — Foto: Divulgação/Activision

Call of Duty: Modern Warfare 3, assim como os outros títulos da franquia, foca muito no seu modo multiplayer. Há diversas melhorias na jogabilidade, que, de certa forma, deixam até mais prazeroso atirar e se movimentar. A gameplay frenética está de volta, com partidas nas quais os usuários não podem piscar por um segundo. Aliás, mapas e armas são versões atualizadas das vistas em jogos mais antigos, como MW2 (2009) e MW3 (2011). Isso é algo que agrada pelo fator nostalgia, mas também pode incomodar pela escassez de conteúdo inédito no online.

Atualmente, o game conta com 12 estilos de jogos diferentes e 16 fases clássicas logo no seu lançamento, inclusive o Favela, um dos mais amados pelos fãs brasileiros. O local busca representar uma área do Rio de Janeiro, sendo possível até ver o próprio Cristo Redentor durante a partida. É uma sensação boa revisitar os mapas criados há mais de 10 anos atrás, como se eles fossem memórias de uma época em que muitos usuários davam seus primeiros passos no mundo dos games e passavam noites em claro jogando com os amigos – como é o caso do autor desse review.

Favela é um dos 16 mapas clássicos presentes no multiplayer de Modern Warfare 3 — Foto: Divulgação/Call of Duty
Favela é um dos 16 mapas clássicos presentes no multiplayer de Modern Warfare 3 — Foto: Divulgação/Call of Duty

Porém, é fácil sentir que alguns mapas pararam no tempo. A franquia está mais dinâmica a cada ano, com parkour, deslizamentos e outras movimentações que fazem os cenários parecerem menores do que eles de fato são. Terminal, por exemplo, era considerado uma das maiores fases em 2011 – até por se tratar de um aeroporto. Agora, é comum você nascer e, em poucos segundos, já ser eliminado sem nem ver de onde saiu o tiro.

Um grande diferencial no desempenho de certos jogadores, é a capacidade que alguns têm de lembrar pontos estratégicos dos mapas. Isso foi algo visto durante o período de testes do game, parecendo até que os usuários nunca tinham parado de jogar as fases. Dessa forma, juntando o conhecimento prévio dos locais e o dinamismo da gameplay, foi comum ver partidas com placares mais elásticos. Caso um player seja experiente, ele pode facilmente matar mais 50 pessoas em uma partida – algo bem mais raro antigamente.

Gameplay do Modern Warfare 3 segue frenética e fluida; veja a review completa — Foto: Reproduçã/Adriano Assumpção
Gameplay do Modern Warfare 3 segue frenética e fluida; veja a review completa — Foto: Reproduçã/Adriano Assumpção

Também vale destacar que Call of Duty: Modern Warfare 3 é crossplay e cross-generation, ou seja, jogadores podem se enfrentar independente do seu modelo ou geração de console. É necessário apenas uma conta oficial da Activision, que salvará todo o seu progresso no multiplayer e itens comprados. Por fim, a maior parte do conteúdo comprável do MW2 pode ser transferido para o novo game, como skins, camuflagens e COD Points – esse último não pode ser passado entre plataformas, apenas gerações.

Essa transferência acontece por conta do sistema Carry Forward criado pela Activision. Sem dúvidas, é ótimo saber que não é preciso gastar dinheiro com itens já adquiridos no último jogo, mas isso aumenta ainda mais as dúvidas sobre os motivos pelos quais Call of Duty: Modern Warfare 3 não é classificado apenas como uma expansão. Infelizmente, após o sentimento de nostalgia passar, a sensação que fica é que os mapas reaproveitados e a história curta foram meras desculpas para que o game fosse disponibilizado pelo valor de um grande lançamento.

Capitão Pátria é uma das skins que ainda podem ser usadas Call of Duty: Modern Warfare 3 — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Capitão Pátria é uma das skins que ainda podem ser usadas Call of Duty: Modern Warfare 3 — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Assim como EA Sports FC 24, Modern Warfare 3 é um bom jogo que seria ótimo se não fosse muito parecido com o seu antecessor. A vantagem do FPS da Activision em relação ao game de futebol da Electronic Arts é o fato de que o progresso no multiplayer permanece de um lançamento para o outro. Porém, MW3 consegue a proeza de ser menos revolucionário do que o “novo FIFA” – por incrível que pareça.

Zumbis no MW foi um acerto

A presença do modo Zumbis no Call of Duty: Modern Warfare 3 é inédita na saga MW, porém não pense que é parecido com o que os jogadores de Black Ops estão acostumados. As partidas fogem do esquema de rounds e se aproximam do modo Epidemia (ou Outbreak) em Cold War, no qual usuários são colocados em uma grande mapa aberto repleto de tarefas para serem feitas, enquanto encaram centenas de mortos-vivos.

O objetivo é realizar o máximo de missões em 45 minutos e depois realizar a extração, ou seja, voar para fora do mapa em um helicóptero. Após o fim do cronômetro, uma neblina de gás tóxica irá cobrir todo o mapa – como já é de costumo nos Battle Royales em geral. Ao fugir com êxito, todos os itens adquiridos são mantidos e o jogador receberá pontos de experiência.

Modo Zumbis de Call of Duty: Modern Warfare 3 é inédito na série MW; veja impressões — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Modo Zumbis de Call of Duty: Modern Warfare 3 é inédito na série MW; veja impressões — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Dentro do game, há diferentes regiões com níveis de dificuldades distintos. As partes centrais do mapa contam com menos veículos e inimigos mais poderosos, enquanto que os limites da ilha contam com zumbis mais fracos e objetivos simples. Da mesma forma, as recompensas variam de acordo com o risco tomado pelos jogadores, ou seja, armas raras e benefícios potentes estão localizados nas áreas de alto perigo.

O sistema de aprimoramento de itens é uma mistura de Warzone com o modo Zumbis tradicional do Black Ops. É preciso explorar casas e abrir baús no grande mapa aberto, mas também há a possibilidade de comprar armas desenhadas na parede e fazer upgrades de dano em pontos específicos. O dinheiro é adquirido ao realizar missões ou encontrar itens, por isso a impressão é que os recursos são mais abundantes. É bom lembrar que os equipamentos são mantidos por completo caso o usuário sobreviva, então tenha isso em mente na hora se arriscar.

A dificuldade do modo Zumbis em Modern Warfare 3 varia de acordo com a região do mapa — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
A dificuldade do modo Zumbis em Modern Warfare 3 varia de acordo com a região do mapa — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

O modo é basicamente um PvE gigante, no qual 24 usuários são separados em trios para lidar exclusivamente contra zumbis ou certos mercenários controlados pela máquina. Não há confronto direto entre os jogadores, na realidade, há até momentos durante a gameplay em que os times se unem para derrotar os inimigos. Inclusive, é possível até ressuscitar membros de outros batalhões e dar itens para eles. Tudo depende da boa vontade do usuário.

No nosso caso, tivemos sorte nas partidas. Nossos companheiros de equipe eram jogadores encontrados por acaso no matchmaking, mas ainda assim eles fizeram de tudo para nos ajudar e trabalhar em conjunto, na medida do possível. Caso o usuário prefira, é possível conversar com seus aliados pelo chat de voz, mesmo que isso possa ser uma moeda jogada para cima quando o assunto são games competitivos online. O autor desse review foi eliminado tantas vezes que até chega a ser ridículo, porém não foi insultado em nenhum momento e teve uma experiência tranquila.

Usuários de diferentes esquadrões podem te ajudar no modo Zumbis do Call of Duty: MW3 — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Usuários de diferentes esquadrões podem te ajudar no modo Zumbis do Call of Duty: MW3 — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Por outro lado, jogar com os amigos certamente é a melhor opção. Este não é um modo fácil, principalmente caso você queira se aventurar por áreas mais perigosas. Por isso, é crucial um bom entrosamento entre a equipe, já que certas vezes parecia que cada um do time queria fazer alguma missão diferente no mapa. Além disso, o Zumbis conta com os famosos easter eggs da franquia, que são mais gratificantes e simples de fazer com pessoas que você já conhece. Aliás, a maioria dos jogadores encontrados durante as partidas falavam inglês, algo que pode ser um problema para certos usuários.

Em resumo, o modo Zumbis de Call of Duty: Modern Warfare 3 é completamente diferente do tradicional visto na série Black Ops, então não se deixe enganar pelo nome. A experiência é bem divertida, mas pode não agradar os fãs mais tradicionais. Caso você experimente, encare o modo como uma continuação do Epidemia em Cold War, já que a gameplay é bem parecida.

Modo Zumbis do Call of Duty: Modern Warfare 3 é bem diferente do que é visto em Black Ops; veja a review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Modo Zumbis do Call of Duty: Modern Warfare 3 é bem diferente do que é visto em Black Ops; veja a review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Call of Duty: Modern Warfare 3 vale a pena?

Call of Duty: Modern Warfare 3 sofre no mesmo problema de filmes como Velozes e Furiosos e séries como Stranger Things: a franquia precisa dar uma pausa. Em questão de gameplay, o jogo tem suas melhorias e é mais fluido, porém definitivamente as mudanças não são o suficiente. A fórmula de Call of Duty já é conhecida e muito respeitada no mercado. Por isso, sua jogabilidade não precisa ser alterada, e sim levemente aprimorada – o que de fato aconteceu. Então, a pergunta que fica é: por que MW3 não é uma DLC?

Independente da resposta, todo fã da franquia irá comprar o FPS da Activision, principalmente pelos mapas refeitos e o desfecho da história de Makarov – mesmo que de forma corrida. É impossível dizer que MW3 é um jogo ruim – muito pelo contrário, é extremamente divertido. Porém, é fácil falar que seu lançamento não é o dos melhores. Caso você seja um jogador que gosta do gênero, Call of Duty: Modern Warfare 3 é o título certo para você colocar na sua lista de compras, mas espere por uma promoção.

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