A Rota Bioceanica, ou Corredor Bioceanico, se preferir como definição da ligação rodoviária entre o Brasil e o Oceano Pacífico, a partir de Mato Grosso do Sul até o Porto de Antofagasta, no Chile, só deverá entrar em operação em três anos, quando ficará pronta a ponte sobre o Rio Paraguai, que ligará as cidades de Porto Murtinho e Carmelo Peralta, no lado paraguaio. É uma previsão atualizada.
Até lá, o cenário de projetos e propostas sobre o uso da rodovia para o desenvolvimento da América do Sul será o mesmo dos últimos 16 anos. Foi o que se viu no Fórum Integração dos Municípios do Corredor Bioceanico, realizado esta semana em Campo Grande com o apoio do Ministério do Turismo. Nada além do que já se falou e discutiu, mas com o alento de que agora tudo indica que o sonho sul-americano está perto de se tornar realidade.
Por exemplo, na prática temos a boa notícia de que o Governo do Paraguai inaugurou no início deste ano o primeiro trecho pavimentado do Corredor Bioceanico. São 275,73 km de estrada asfaltada, desde Porto Murtinho, no lado brasileiro, até a fronteira paraguaia com a Argentina, ou seja, entre Carmelo Peralta, no Alto Paraguai, até Loma Plata, no Departamento de Boqueirón.
Quando tudo começar a funcionar, a expectativa do Ministério do Turismo é de que o Corredor Bioceanico terá grande potencial para estimular o fluxo turístico entre países vizinhos da América do Sul. A previsão se baseia no fato de que em 2019, dos 6,3 milhões de turistas estrangeiros que entraram no Brasil, 2,7 milhões vieram da Argentina (1.954.725), Paraguai (406.526) e Chile (391.689).
Significa que a rodovia sul-americana de 4.400 km será importante não apenas para o escoamento das produções agrícolas e da infraestrutura logística. Será importante também para o aumento no fluxo de turistas, em especial neste momento de retomada das viagens internacionais por meio de roteiros regionais integrados.
O Corredor Bioceanico deixou de ser apenas expectativa para a certeza de que será importante para o desenvolvimento da atividade turística em toda a região, especialmente na estruturação de produtos turísticos integrados que poderão atrair turistas de outros continentes interessados em conhecer a América do Sul. “Não podemos esquecer do enorme ganho que teremos com o desenvolvimento do turismo rodoviário, outra tendência importante para a retomada pós pandemia”, avaliou o ministro do Turismo, Carlos Brito.