Review Moto Buds 600 | Motorola quase acerta em cheio

A Motorola anunciou um novo fone de ouvido no começo de março e trouxe ao mercado brasileiro o Moto Buds 600 ANC. O dispositivo foi apresentado oficialmente ao lado do Motorola Edge 30 Fusion, mas só agora começou a ser vendido separadamente.

Sua proposta é se destacar no portfólio da marca e, para isso, ele entrega recursos bem avançados, como cancelamento de ruído ativo, som ambiente e uma ótima sonoridade. Outro destaque é a presença do chip Snapdragon Sound, que promete aprimorar a redução de ruído e o desempenho de áudio.

Mas será que este par de fones de ouvido premium vale a pena, mesmo? Eu testei o vestível pelas últimas semanas e conto, aqui, como foi a experiência de uso.

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Prós

  • Boa qualidade sonora
  • Bateria duradoura
  • Resistente à água
  • Case com carregamento sem fio

Contras

  • Opção de cor única e pouco atrativa
  • Sem aplicativo para facilitar configurações

Design e construção

O Moto Buds 600 conta com um design bem simples e discreto. Todo seu acabamento é feito em plástico, o que contribui bastante para que ele pareça bastante leve. O fone possui o design com ponteiras de silicone de bom encaixe e, na parte externa, tem uma haste com uma área sensível ao toque na parte superior.

O encaixe é bem confortável, e é possível usar o acessório por horas sem sentir qualquer incômodo nas orelhas. Além disso, é importante destacar que ele fica bem fixo nos ouvidos e mostra bastante segurança para ouvir músicas enquanto caminha ou faz exercícios, por exemplo.

O estojo de carregamento possui tampa magnética e todo seu acabamento também é em plástico. É um case um pouco avantajado, então ele dificilmente passará despercebido em um bolso da calça, mas não chega a ser demasiadamente grande ao ponto de incomodar.

Eu só não gostei da cor, que a Motorola chama de “winetasting” (ou “degustação de vinho”, em tradução livre”). Para mim, é pouco atrativo e não combina muito com a coloração da maioria dos celulares. Isso é questão de opinião, é claro, mas seria bom se houvesse outras opções disponíveis.

O Moto Buds 600 tem proteção contra água com certificação IPX5, que promete resistência contra respingos de água, para casos que você esteja caminhando sob uma chuva mais fraca, por exemplo.

O Moto Buds 600 oferece um ótimo conforto e é possível usá-los por horas sem sentir incômodos nas orelhas.

— Bruno Bertonzin

Qualidade de som

O Moto Buds 600 conta com uma ótima qualidade de som, bem próxima de modelos de linhas mais avançadas de concorrentes, como Samsung. Ele é equipado com drivers de 10 mm e isso, aliado ao chip Snapdragon Sound e ao codec Qualcomm aptX Adaptive, faz com que entregue frequências bem acentuadas e marcantes.

Um ponto interessante é que a Motorola conseguiu uma boa presença sonora com este fone. Seus graves são bem presentes e possuem um ótimo destaque, sem se sobressair às demais frequências.

Outra vantagem é que, mesmo no volume máximo, não há perda de qualidade, o que significa que o acessório ainda terá o mesmo desempenho que o apresentado em um nível mais intermediário. Na introdução de “Painkiller”, do Judas Priest, por exemplo, é possível notar tanto os pratos da bateria quanto o som mais baixo dos bumbos com a mesma clareza.

Em resumo, é um par de fones de ouvido com bastante qualidade sonora, mas ainda fica um pouco atrás de modelos premium das concorrentes, como o Galaxy Buds 2 Pro, por exemplo. Quanto ao volume máximo, ele é consideravelmente alto, mas não chega a ser um absurdo ao ponto de incomodar.

Ele tem recursos de cancelamento de ruído e som ambiente, mas achei essas funções um pouco fracas, principalmente se comparadas com as de outros modelos na mesma faixa de preço. O modo som ambiente até consegue captar bastante do barulho externo, mas tive a impressão de que o ANC só deixa os barulhos um pouco mais distantes, em vez de reduzir efetivamente.

O Moto Buds 600 tem uma boa qualidade sonora e cada frequência é bem marcante. Só o que peca são os recursos de cancelamento de ruído e som ambiente, que ficam bem atrás da concorrência.

— Bruno Bertonzin

Bateria e conectividade

O Moto Buds 600 conta com uma bateria de 45 mAh em cada earbud, o que dá uma estimativa de uso de 6 horas, segundo a Motorola. Já o estojo tem mais 500 mAh, com estimativa de duração de 19,5 horas.

Nos meus testes, ele chegou tranquilamente nesta marca. Após reproduzir músicas por 6 horas no Spotify com qualidade de streaming alta, ainda sobrou cerca de 10 a 20% de bateria (o celular só mostra a contagem de 10% em 10%).

Quanto ao carregamento, 50 minutos dentro do estojo é o suficiente para encher a carga dos dois buds. outro aspecto positivo é que o case pode ser carregado por USB-C, mas também tem suporte para carregamento sem fio.

A conectividade Bluetooth já é versão 5.2, e o aparelho ainda conta com suporte ao Google Fast Pair. Com isso, ele tem uma maior estabilidade na conexão, e o pareamento pode ser feito de forma mais ágil com celulares Android compatíveis. Aliás, assim que você abre o estojo, já aparece uma notificação no smartphone, desde que ele esteja com o Bluetooth ligado — não é nem preciso abrir as configurações e procurar manualmente.

Eu só senti falta de um aplicativo para facilitar algumas configurações. Como ele tem recursos de cancelamento de ruído e som ambiente, um app seria interessante para verificar essas opções — além de acompanhar com mais precisão o nível de bateria.

Ficha Técnica

  • Versão do Bluetooth: 5.2;
  • Drivers de 10 mm;
  • Frequência 20Hz — 20kHz;
  • Codecs: Qualcomm aptX Adaptive;
  • Pareamento rápido: Google Fast Pair;
  • Autonomia de bateria: até 25,5 horas;
  • Carregamento: USB-C e wireless.

Concorrentes diretos

Pela sua faixa de preços e os recursos que se propõe a entregar, o Moto Buds 600 está na mesma categoria que o Galaxy Buds 2 Pro. Nos sites de suas respectivas marcas, ambos são vendidos por cerca de R$ 1.000 a R$ 1.100.

A qualidade sonora, no entanto, é notavelmente melhor no fone de ouvido da Samsung. Ambos entregam uma boa sonoridade, mas o sul-coreano ainda fica alguns degraus acima. O mesmo vale para o desempenho do ANC e do som ambiente, que funcionam de forma mais efetiva no Buds 2 Pro.

A duração da bateria é outro ponto positivo do modelo da Samsung. Enquanto a Motorola promete 6 horas, a rival é um pouco mais generosa, com 8 horas de estimativa. Nos testes feitos no Canaltech, ele consumiu apenas metade da carga em 4 horas de reprodução, então pode chegar tranquilamente à promessa da empresa.

A resistência à água também é maior no Galaxy, com certificação IPX7 — que já garante proteção contra imersão, ao passo que o Motorola oferece “apenas” o IPX5. Por fim, é válido destacar que o Buds 2 Pro ainda tem outros recursos a mais, como Áudio 360 e Hi-Fi 24 bit.

Moto Buds 600: a Motorola quase acerta em cheio dessa vez

O Moto Buds 600 me surpreendeu bastante pela qualidade sonora. O fone de ouvido tem um bom desempenho para reprodução de músicas, e a presença dos graves é bem notável. Mesmo com o volume no máximo, não há perda de qualidade, e a sonoridade é basicamente a mesma.

O fone também entrega uma boa autonomia de bateria — não é das melhores, mas está na média da categoria —, mas os recursos ANC e Som Ambiente poderiam ser melhor otimizados para entregar um resultado mais eficiente, como visto em concorrentes.

Ele seria uma boa escolha, principalmente para quem já é fã da marca, mas o preço ainda assusta um pouco. Por R$ 1.100, que é seu valor oficial, compensa mais comprar um Galaxy Buds 2 Pro, que está na mesma faixa e entrega recursos e qualidade sonora ainda melhores.

Com suas características e especificações, talvez ele passe a valer a pena se, no futuro, atingir a casa dos R$ 500 a R$ 600, que é quase a mesma faixa de preço do Galaxy Buds Pro — outro modelo da Samsung que oferece uma boa qualidade sonora e recursos premium.

Fonte

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