Review Avatar Frontiers of Pandora: belos visuais mascaram falhas do game

Avatar: Frontiers of Pandora é um FPS em mundo aberto ambientado no universo dos premiados filmes de James Cameron, com data de lançamento realizada no dia 7 dezembro de 2023. O jogo da Ubisoft carrega alguns elementos tradicionais da desenvolvedora, principalmente da série Far Cry, como a gameplay em primeira pessoa e um vasto mapa para explorar. Porém, o título conta com singularidades interessantes e inovadoras, que só são possíveis graças ao fato de que o protagonista é um verdadeiro Na’vi – a espécie azul já conhecida pelos fãs.

A história é diretamente ligada com o enredo narrado nas obras do cinema, algo que pode animar os amantes da franquia, mas também deixar alguns usuários perdidos e, de certa forma, entediados. O TechTudo testou Avatar: Frontiers of Pandora no PlayStation 5 (PS5), mas o jogo também pode ser experimentado no Xbox Series X, Xbox Series S e PC (via Ubisoft Connect) – além de estar disponível sem custos adicionais para os assinantes da Ubisoft+. Veja, a seguir, todas as nossas impressões sobre gameplay, história e gráficos.

🎮 10 jogos lançados em 2023 com gráficos tão bons que parecem até filme
🔔 Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviews

Avatar: Frontiers of Pandora foi lançado dia 7 dezembro de 2023 para PS5, Xbox Series X/S e PC; veja o review completo do TechTudo — Foto: Divulgação/Ubisoft

👉 Qual jogo marcou sua entrada no universo dos games? Comente no Fórum TechTudo

Início de história frenética

Em Avatar: Frontiers of Pandora, os usuários controlam um Na’vi que passa por um grande processo de autoconhecimento. No início do jogo, o protagonista faz parte de um grupo de crianças da tribo Sarentu, um clã muito respeitado, mas que basicamente foi extinto – de forma misteriosa. Elas estão sob posse da RDA (Resources Development Administration), a organização maligna responsável pelos ataques às terras de Pandora. O objetivo do grupo é usar esses nativos para se aproximar das tribos da região, como se fosse uma espécie de missão civilizatória para facilitar o domínio. Eles são tutorados pela professora Alma Cortez, uma humana em estado de avatar, ou seja, transformada em Na’Vi.

Porém, logo nos primeiros minutos de gameplay, fica nítido que as crianças não estão felizes em estarem longe da sua terra natal. Não à toa, elas tentam realizar uma missão de fuga, que acaba por ter um fim trágico. As primeiras cenas se passam no ano de 2146, e servem para mostrar aos usuários que não estão acostumados com a franquia o quão brutal a RDA pode ser para alcançar os seus objetivos – como se invadir um planeta inteiro e matar milhares de nativos para extrair recursos não fosse o suficiente.

Avatar: Frontiers of Pandora acompanha um protagonista Na'Vi de um clã extinto; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Avatar: Frontiers of Pandora acompanha um protagonista Na’Vi de um clã extinto; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Após os primeiros eventos, há um salto temporal de oito anos, no qual as crianças Na’Vi agora são adolescentes – apesar dos seus mais de dois metros de altura. Nesse momento, o caos começa a reinar no internato da RDA, já que a organização recebeu ordens para sair de Pandora após uma revolução liderada por um nome conhecido da franquia: Jake Sully, o protagonista dos filmes. Com isso, os jovens são condenados à morte por John Mercer, o principal vilão da história. Porém, antes de serem executas, a professora Alma Cortez as salva e as coloca em um sono criogênico que durará 16 anos.

O início da história é ótimo para contextualizar e criar empatia nos jogadores, que também se sentem como prisioneiros da RDA. O protagonista e seus amigos tiveram suas infâncias roubadas pela organização, cujo objetivo era apenas usá-las como instrumentos descartáveis. É possível dizer que o começo de Avatar: Frontiers of Pandora faz jus às premiadas obras de James Cameron. Porém, até esse ponto, os usuários só podem se contentar em olhar, já que não há nenhum momento de gameplay de fato.

A RDA está de volta na história de Avatar: Frontiers of Pandora; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
A RDA está de volta na história de Avatar: Frontiers of Pandora; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Aprendendo a ser um Na’Vi

Após o fim do sono criogênico, a gameplay começa em Avatar: Frontiers of Pandora. Usuários precisam sair das instalações da RDA para ter acesso ao mundo nativo da região, algo que serve como uma apresentação dos movimentos do game. Como o personagem é um Na’Vi, a sensação é que estamos controlando um ser aprimorado, ou seja, que corre mais rápido, pula mais alto e conta com uma agilidade sem igual. É prazeroso se mover como um nativo, muito por conta da fluidez que o game consegue passar mesmo sendo um FPS.

Ao sair das paredes cinzas e mecânicas dos humanos, vem a surpresa: as terras de Pandora. A passagem entre os ambientes é um choque de cores, algo que faz os olhos brilharem. Sem dúvida, o maior destaque de Avatar: Frontiers of Pandora são os seus visuais, tanto nos gráficos dos personagens, quanto nos elementos naturais da região. Ainda assim, mesmo no PS5, há problemas de renderização, mas nada que diminua a beleza do game.

Avatar: Frontiers of Pandora conta com gráficos belos e ambientação sem igual; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Avatar: Frontiers of Pandora conta com gráficos belos e ambientação sem igual; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

No mapa, podemos nos deparar com uma série de espécies de animais e diferentes tipos de plantas. Inclusive, Frontiers of Pandora tem um sistema de receitas parecida com a The Legend of Zelda: Tears of The Kingdom, no qual os usuários podem fundir diferentes ingredientes para criar comidas que dão energia para o personagem e fornecem certos bônus de movimentação ou resistência.

Além disso, a região conta com algumas plantas especiais, chamadas de Tarsyu, que guardam segredos da antiga tribo do protagonista. Ao entrar em contato com elas, é possível ver lembranças dos antepassados dos Sarentu, algo que ajuda ao jogador entender melhor a história do clã. Isso também impacta na gameplay, já que cada um desses pontos guarda novas Habilidades Ancestrais, úteis para movimentação ou combate.

Habilidades Ancestrais concedem benefícios de movimentação e combate em Avatar: Frontiers of Pandora; veja o Review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Habilidades Ancestrais concedem benefícios de movimentação e combate em Avatar: Frontiers of Pandora; veja o Review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Porém, o grande destaque do game é, sem sombra de dúvidas, a possibilidade de voar com o seu próprio Ikran – a espécie alada que lembra muito um pterodátilo. A sensação é incrível, como se estivéssemos dentro dos filmes, sendo um dos maiores divisores de água da experiência – algo que será comentado mais para frente.

Aliás, para os fãs do “Salto de Fé” em Assassin’s Creed, é possível fazer algo semelhante em Avatar, já que podemos chamar a montaria enquanto nos jogamos de penhascos gigantes – algo que proporciona cenas bem épicas. Além de ser divertido, o Ikran é extremamente útil para navegar no enorme mapa de Pandora.

Pilotar seu próprio Ikran é indispensável em Avatar: Frontiers of Pandora; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Pilotar seu próprio Ikran é indispensável em Avatar: Frontiers of Pandora; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

O ato de se descobrir um nativo pode ser considerado o principal tema de Avatar: Frontiers of Pandora. Os mistérios por trás dos Sarentu são interessantes para história, da mesma forma que as Habilidades Ancestrais aprimoram a gameplay de uma forma incrível. É interessante perceber que o protagonista inicia o jogo completamente distante dos Na’Vi, mas se torna um guerreiro nativo com o passar da gameplay.

A partir do momento em que nos acostumamos com a beleza do mapa, e deixamos de lado o fato de estarmos jogando uma adaptação de uma franquia tão popular quanto a de James Cameron, fica fácil perceber os problemas de Avatar: Frontiers of Pandora. Sua história começa muito bem, mas as missões, no geral, não são muito criativas – principalmente as secundárias.

Há momentos em que parecemos estar em um looping eterno, como se o jogo fosse um grande “simulador de caminhada”. Essa situação faz o meio do game ter um enredo lento, já que até chegarmos no ponto do mapa em que a história será desenrolada, podemos ficar minutos passando por ambientes parecidos. Por isso, as cenas são menos impactantes, as tarefas mais chatas e o ritmo fica truncado.

Grandes caminhadas a pé atrapalham a gameplay de Avatar: Frontiers of Pandora; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Grandes caminhadas a pé atrapalham a gameplay de Avatar: Frontiers of Pandora; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Isso ocorre porque até liberarmos o Ikran, é preciso se movimentar a pé pelo mapa – obrigatoriamente, em alguns casos. No fim das contas, Pandora é uma grande floresta. Por mais bela que ela seja, árvores, cachoeiras e montanhas continuam iguais umas das outras. Inclusive, para “domar” a criatura, precisamos subir em uma série de ilhas flutuantes, algo que demora um tempo significativo. E nesse caso, não é como se fosse uma bela experiência de autoconhecimento Na’Vi ou de contato com a natureza do local, mas sim quase 30 minutos de uma escalada sem fim, entediante e que parece não ter sentido. Felizmente, vale dizer que a experiência se torna outra após esse ponto da história.

Mesmo que a movimentação seja excelente, na qual podemos passar esse longo tempo de caminhada pulando alto, subindo cordas e se sentindo um verdadeiro Na’Vi na selva, andar grandes distâncias ainda é desgastante depois de um tempo. Claro que há pontos de viagem rápida no game, mas que só podem ser ativados depois de descobertos. Em outras palavras, prepare o analógico do seu joystick, pois ele irá sofrer.

Certos ambientes do mapa em Avatar: Frontiers of Pandora parecem iguais; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Certos ambientes do mapa em Avatar: Frontiers of Pandora parecem iguais; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Quando o assunto é combate, o game não agrada a todos. Há duas principais formas de atacar os inimigos: com o uso de arcos típicos dos nativos, ou com armas de fogo humanas. Essas são as ferramentas mais utilizadas durante a gameplay, mas que rendem sensações opostas.

O arco é prazeroso e aumenta ainda mais o tema do game, que é o de incorporar um Na’Vi. O instrumento não é novidade no mundo dos jogos, haja vista Horizon: Forbidden West e Tears of the Kingdom, mas a facilidade de coletar ou produzir flechas é uma das maiores de todos os tempos. Até porque, vale lembrar, estamos em Pandora, uma região onde galhos e árvores estão em todos os cantos.

Avatar: Frontiers of Pandora conta com diferentes arcos para serem usados como arma; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Avatar: Frontiers of Pandora conta com diferentes arcos para serem usados como arma; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Por sua vez, o fuzil de assalto, a arma humana inicial do game, é “dura” de se usar. Por algum motivo, as balas dão muito menos dano do que as flechas, e não é possível fabricá-las com recursos naturais. Inclusive, a mira é bem diferente daquela que os fãs Far Cry já estão acostumados. Na realidade, ela parece muito com as vistas em Counter-Strike, Half-Life 2, Valorant e outros jogos do gênero.

A opinião irá variar de acordo com o gosto do player, mas certamente essa mudança da Ubisoft surpreende em um primeiro momento. Para mim, não agradou, mas me motivou a jogar como um nativo por tempo quase que integral.

Mira em Avatar: Frontiers of Pandora lembra um pouco da jogos como Counter-Strike; veja o review completo — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Mira em Avatar: Frontiers of Pandora lembra um pouco da jogos como Counter-Strike; veja o review completo — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Por fim, todos os inimigos parecem clones. Na maior parte do tempo, eles são soldados comuns, exoesqueletos gigantes ou alguma variação desses dois. O game também conta com os já conhecidos Postos de Controle da Ubisoft, algo como quartéis generais que precisam ser destruídos para diminuir a dominação dos vilões no mapa – e que seguem um padrão praticamente idêntico.

Avatar: Frontiers of Pandora é um jogo que pode enganar pelos seus visuais que nos deixam sem palavras, mas é preciso admitir que, quando o assunto não é natureza ou paisagens, este é um título que carece de conteúdo e variedade.

Avatar: Frontiers of Pandora tem paisagens bonitas, mas carece de conteúdo; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Avatar: Frontiers of Pandora tem paisagens bonitas, mas carece de conteúdo; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Avatar: Frontiers of Pandora é um jogo que faz jus ao apelido “Far Cry de gente azul”. Por isso, não espere uma experiência completamente diferente da já conhecida franquia da Ubisoft. Isso é algo que pode ser bom para os fãs, tanto da série de filmes, quanto dos games de FPS em mundo aberto da empresa. Mas caso você queira um game com gameplay exemplar e missões variadas, existem muitos outros jogos que conseguiram fazer melhor nos últimos tempos.

Por outro lado, os visuais são incríveis. A ambientação é tão boa quanto as de títulos como Hogwarts Legacy e Star Wars Jedi: Survivor, que se destacaram por trazer cenários marcantes no imaginário dos fãs das respectivas franquias dos cinemas. O game foi mais um teste de fogo para os consoles da geração atual, já que até o PS5 apresentou certas instabilidades pontuais na hora de carregar cenários e rostos de personagens.

Avatar: Frontiers of Pandora tem problemas, mas é obrigatório para os fãs dos filmes; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção
Avatar: Frontiers of Pandora tem problemas, mas é obrigatório para os fãs dos filmes; veja o review — Foto: Reprodução/Adriano Assumpção

Você é fã de Avatar? Esse é um jogo obrigatório para a sua biblioteca. Gosta de Far Cry? É uma boa opção, mas não é indispensável. Mesmo assim, o título da Ubisoft é um lançamento de respeito e com ideias ótimas, mas que podem ser melhor exploradas em uma possível sequência. Mesmo com a história lenta em alguns pontos, Avatar: Frontiers of Pandora cumpre seu papel de colocar, de fato, usuários na pele de um Na’Vi.

🎥 5 jogos essenciais para PlayStation que todo jogador deveria conhecer

5 jogos essenciais para PlayStation que todo jogador deveria conhecer

5 jogos essenciais para PlayStation que todo jogador deveria conhecer

Mostre mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor desativar seu adblock para continuar!