14.12.2023 · 3:59 · Audiência Pública
A Câmara Municipal de Campo Grande promoveu, nesta quinta-feira (14), audiência pública para discutir a renovação da concessão da Energisa, empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica em Mato Grosso do Sul. O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Políticas e Direitos das Mulheres, de Cidadania e Direitos Humanos, composta pelos vereadores Luiza Ribeiro (presidente), Júnior Coringa (vice), Valdir Gomes, Clodoilson Pires e Ademir Santana.
“A ideia é debater esse serviço público, que afeta muitas pessoas, empresas e indústrias. A concessão interessa a todos nós consumidores. Há muita reclamação contra as concessionárias de energia. Esse ambiente é de debate. Não queremos que a concessão seja renovada sem que a sociedade seja ouvida. Damos um pontapé inicial e queremos que as discussões sigam durante 2024”, afirmou Luiza Ribeiro, proponente do debate.
Para o subsecretário de Proteção e Defesa do Consumidor, José Ferreira da Costa Neto, o assunto é de responsabilidade de todos. “O debate é muto feliz. A concessão de 30 anos é um caso a ser discutido, a ser analisado, pensado e debatido. Esse debate, nesse momento, é salutar, pois quem está por trás de tudo isso são nossos consumidores. O Procon municipal está atento e pronto para defender o consumidor”, afirmou.
A Energisa substituiu, em 2015, a antiga Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul), e atualmente atende 73 dos 78 municípios sul-mato-grossenses. O contrato atual vence em 2027, porém, está em vias de ser prorrogado por mais 34 anos. A empresa não enviou representantes para a audiência.
Segundo Rosimeire Cecília da Costa, presidente do Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energisa, o trabalho da empresa tem recebido notas positivas dos órgãos de controle.
“A Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] faz uma pesquisa, que é o Índice de Satisfação do Consumidor. Esse resultado, ao longo de uma década, tem sido satisfatório. A Energisa ganhou prêmios por satisfação do consumidor e sustentabilidade. Então, nesse quesito, não temos, nem a Aneel, algo que sugira a interrupção do serviço”, apontou.
Por outro lado, o presidente do Sinergia (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia no Estado de Mato Grosso do Sul), Francisco Ferreira, afirmou que a empresa não oferece contrapartida aos funcionários.
“Damos bastante lucro para a empresa. Os trabalhadores entregam e o que vemos é retirada de benefícios. Em 1º de setembro, tirou o vale refeição para quem adoece. Estamos tentando negociar isso dentro do acordo coletivo. Você tem que trabalhar 24 horas por dia, se doar, e quando você fica doente, a contrapartida da empresa não vem. Essa audiência ajuda os trabalhadores e a população a entender”, defendeu.
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da ACS