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Reino Unido aprova ‘transplantes de cocô’ para tratar superbactérias; entenda o método 

Reino Unido aprova ‘transplantes de cocô’ para tratar superbactérias; entenda o método 
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O Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados do Reino Unido (Nice) autorizou que o Sistema Nacional de Saúde (NHS) trate infecções pela bactéria Clostridium difficile resistentes aos medicamentos com transplantes de cocô. Segundo informações do O Globo, cerca de 500 pessoas por ano poderão se beneficiar da terapia. 

Como funciona o transplante de cocô? 

Formalmente chamado de Transplante de Microbiota Fecal (TMF), o método é considerado inovador e mais eficaz que os remédios. O método consiste em restaurar a população das bactérias boas que vivem no intestino do corpo humano – o desequilíbrio delas favorece a infecção por Clostridium difficile, e a carência dos microrganismos saudáveis dificulta o combate ao patógeno. 

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Ilustração em 3D de um intestino humano. Imagem: shutterstock

Como ocorre a doação dessas bactérias boas? 

São coletadas bactérias boas do cocô de doadores que estão com a microbiota equilibrada. Assim, os microrganismos são introduzidos no paciente infectado por meio de um tubo. A introdução ocorre diretamente no estômago ou pelo nariz. Elas também podem ser inseridas via pílulas. 

O que é Clostridium difficile? 

Clostridium difficile é uma bactéria que causa a inflamação do intestino grosso (cólon), o que pode resultar em diarreia e dor. A infecção, chamada pelos médicos de colite pseudomembranosa,  geralmente se desenvolve após as pessoas precisarem tomar antibióticos para o tratamento de outras doenças. Esses antibióticos acabam alterando o equilíbrio da flora intestinal e permitindo que a bactéria cresça no intestino. 

Como é a transmissão da bactéria?

De acordo com informações do site do Dr. Dráuzio Varella, a transmissão de C. difficile ocorre por via fecal-oral – contato com fezes infectadas. Contudo, ela também é facilitada pelo contato com os esporos (estruturas) do microrganismo. Sob essas estruturas elas podem sobreviver por muito tempo em ambientes e podem continuar espalhando a infecção pelo contato direto com objetos contaminados, inclusive pelo aperto de mãos. 

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Além do uso impróprio de antibióticos, outros fatores de riscos também podem colaborar para o desenvolvimento da bactéria, são eles: ser idoso (mais de 60 anos); ter outras enfermidades graves; longos períodos de internação; descuido com higiene, como lavar as mãos após ir ao banheiro; cirurgia abdominal e uso de sonda nasogástrica; sistema imunológico enfraquecido; e quimioterápicos para o tratamento de câncer. 

“Atualmente, existe a necessidade de um tratamento eficaz de C. diff em pessoas que receberam duas ou mais rodadas de antibióticos. A recomendação do nosso comitê sobre este tratamento inovador fornecerá mais uma ferramenta para os profissionais de saúde usarem no combate a essa infecção, ao mesmo tempo em que equilibra a necessidade de oferecer o melhor atendimento com o custo-benefício. O uso desse tratamento também ajudará a reduzir a dependência de antibióticos e, por sua vez, reduzir as chances de resistência antimicrobiana”, disse o diretor interino de Tecnologia Médica do Nice, em comunicado, Mark Chapman. 

Ilustração exame de fezes. Imagem: shutterstock/Modvector

No caso do Reino Unido, os pacientes que serão redirecionados ao tratamento serão apenas aqueles que já passaram pelo tratamento de duas ou mais infecções da Clostridium difficile sem sucesso. Ensaios clínicos mostraram que o transplante fecal é uma forma significativamente melhor de tratar a bactéria quando comparada com a atuação de outros antibióticos em pessoas com infecções recorrentes. Segundo o Nice, cinco estudos com 274 adultos mostraram que a terapia pode resolver até 94% dos quadros. 

A opção também acaba sendo mais barata para o serviço público de saúde britânico, que economiza milhares de libras deixando de insistir na administração de mais antibióticos. A terapia será conduzida a partir das orientações da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) e fará parte de um programa rigoroso de triagem para evitar doadores contaminados e outros fatores relacionados a microbiota intestinal. 

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Fonte: Olhar Digital

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