Quase metade dos brasileiros já acessou celular dos parceiros sem permissão

Uma olhadinha sem compromisso, que na verdade, pode representar uma grande quebra na confiança do casal e na privacidade do parceiro. Foi o que demonstrou uma pesquisa conduzida pela Avast, revelando que 41% dos brasileiros já acessaram o smartphone de seus cônjuges sem a autorização deles, para checar, principalmente, a galeria de imagens e vídeos ou os aplicativos de mensagem em busca de comprovações de traição ou mentiras.

De acordo com os números apresentados pela empresa de segurança, 36% dos homens e 45% das mulheres já fizeram isso sem autorização. Os motivos variam, com 23% afirmando terem sido movidos pela curiosidade, enquanto 10% buscavam provas de uma eventual traição. 6%, ainda, desejavam descobrir mentiras, enquanto um total semelhante agiu assim para ter ideias do que dar de presente para o cônjuge.

A galeria de imagens e vídeos é a parada essencial para 49% dos que visualizaram o celular do parceiro sem autorização, com os apps de mensagem no segundo lugar com 37%. Na sequência estão os apps de banco, com 25%, e os e-mails, com 15%. A busca pelo histórico de sites acessados no navegador e localização aparecem acima até mesmo da procura por redes sociais de namoro, com 8%, 7% e 5% respectivamente.

Por outro lado, o levantamento da Avast revelou uma rotina de checagem mútua de aparelhos em alguns casais, com 16% dos participantes da pesquisa afirmando fazerem isso regularmente. Quando se leva em conta o total de pessoas que deram uma olhada no aparelho dos parceiros para incluir os que fizeram isso com anuência, o total sobe para 61%, sendo 57% do gênero masculino e 65%, feminino.

Ainda assim, na visão geral dos casos, 69% dos brasileiros sabem que não têm o direito de verificar o telefone do cônjuge e que isso representa uma violação de privacidade. O estudo também mostrou que há grande despreocupação dos cidadãos com a segurança, com uma em cada quatro pessoas afirmando que não precisou nem mesmo digitar senhas para desbloquear os aparelhos e ter acesso às informações pessoais.

Em 53% dos casos, os cônjuges sabiam a senha porque seu parceiro já havia contado, enquanto outros 7% disseram ter memorizado a credencial sem autorização. Em casos mais extremos, 6% dos participantes da pesquisa afirmaram terem enganado o cônjuge para que ele desbloqueasse o dispositivo, enquanto 1% disse ter usado a biometria enquanto o outro dormia para ganhar acesso ao telefone.

“A espionagem se inicia em uma certa normalização e aceitação da situação invasiva”, explica Paula Lopes, coordenadora do Centro de Defesa do Direito da Mulher (CDDM) de Alagoas. “Geralmente, as coisas vão aumentando aos poucos e de forma sutil, podendo escalar a níveis mais sérios de invasão de privacidade, perseguição e até agressões físicas.”

Nos casos de abuso, a recomendação é que as vítimas busquem centros de apoio e autoridades policiais, com o registro de boletim de ocorrência. Além disso, caso desconfie que o celular possui um aplicativo espião instalado ou está sendo acessado sem autorização, o ideal é interromper o uso, realizar uma reinicialização de fábrica ou substituir o dispositivo por um que tenha tecnologias mais seguras.

O uso de biometria, padrões de desbloqueio e senhas complexas é recomendado pela Avast. É importante, também, não deixar o celular desatendido e, caso deseje adicionar uma camada extra de proteção, usar softwares que bloqueiem determinados aplicativos com uma combinação adicional, que deve ser diferente da usada para ter acesso ao aparelho. Tais segredos não devem ser compartilhados com ninguém, enquanto antivírus e outros softwares de segurança podem ajudar na identificação e bloqueio de vírus e aplicativos espiões.

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