Há alguns meses, o Olhar Digital apresentou a mensagem escrita mais antiga de todos os tempos, que foi grafada há cerca de 3,7 mil anos em um tipo de pente de marfim com um alfabeto que, posteriormente, evoluiria para o que conhecemos hoje. Ela foi registrada na língua cananeia de Israel, mas esse não é o idioma mais antigo do mundo – então, qual seria?
Com o registro mais remoto datado do século 14 antes da Era Moderna – AEC (o que o calendário cristão costuma chamar de Antes de Cristo), a língua acádia, também chamada de acadiano, é o idioma mais antigo de que se tem conhecimento.
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Hoje considerado uma “língua morta”, o acadiano era uma língua semítica (parte da família afro-asiática) falada particularmente pelos assírios e babilônios na antiga Mesopotâmia, onde atualmente fica parte do Iraque, do Kuwait, da Síria, da Turquia e do Irã.
Embora não seja usado há mais de dois mil anos, o idioma foi preservado em inscrições em pedras e barro. Há décadas, pesquisadores do mundo todo vêm trabalhando para decifrar suas palavras.
Em 2011, uma equipe de estudiosos da Universidade de Chicago publicou um dicionário de 21 volumes, que está disponível para download aqui.
O acadiano é dividido em diversas variedades, de acordo com a geografia e o período histórico:
- Acádio antigo — 2500 a 1950 AEC
- Babilônio antigo/Assírio antigo — 1950 a 1530 AEC
- Babilônio médio/Assírio médio — 1530 a 1000 AEC
- Neo-babilônio/Neoassírio— 1000 a 600 AEC
- Babilônio tardio — 600 AEC a 100 EC
As características gramaticais da língua arcádia são semelhantes às do árabe clássico, com substantivos e adjetivos variando em gênero, número e declinação. São dois gêneros (masculino e feminino), conjugações verbais exclusivas para cada pronome da primeira, segunda e terceira pessoas, e três formas de número: além do singular e do plural, existe também a flexão “dual”, que denota conjuntos de duas coisas.
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Idiomas mais antigos do mundo ainda em uso
Desconsiderando as línguas mortas, estes são os dez idiomas mais antigos do mundo ainda em uso, de acordo com o Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (Ipol):
- Hebraico – adormecida por volta do século 4 AEC, a língua passou por um processo de reavivamento que a fez se tornar o idioma oficial de Israel;
- Basco – língua falada por nativos bascos que vivem em algumas regiões da Espanha e da França, mas completamente diferente de qualquer idioma de origem romana (como são o francês e o espanhol);
- Tamil – língua falada por 78 milhões de pessoas no mundo e reconhecida como idioma oficial de países como Sri Lanka e Cingapura;
- Lituano – idioma estabelecido no ramo báltico da família indo-europeia que preservou mais sons e regras gramaticais da chamada língua Proto-Indo-Europeia (PIE), sendo considerado hoje um dos idiomas mais velhos ainda em atividade;
- Farsi – língua descendente direta do persa antigo, é falada hoje em dia pela maioria dos povos do Irã, Afeganistão e Tajiquistão;
- Islandês – outra língua indo-europeia, dessa vez do ramo germânico do norte, esse idioma produziu poucas mudanças, sendo quase a mesma desde a época dos caçadores nórdicos;
- Macedônio – junto com sua língua próxima, o búlgaro, esse idioma é a língua mais próxima à falada na Antiga Igreja Eslava;
- Finlandês – membro da família fino-úgrico, que também inclui o estoniano, o húngaro e idiomas nativos falados na Sibéria, o finlandês pegou várias palavras emprestadas de outras famílias de línguas ao longo dos séculos
- Georgiano – adaptado do aramaico no século 3 AEC, esse idioma é falado no país Geórgia e é a única língua caucasiana com uma antiga tradição literária;
- Irlandês gaélico – falado por uma pequena quantidade de irlandeses, esse idioma é membro do ramo celta das línguas indo-europeias e existe nas ilhas que agora são parte da Grã-Bretanha antes mesmo da chegada das influências germânicas.
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Fonte: Olhar Digital