A NASA financiará o desenvolvimento de um projeto que visa alcançar Proxima Centauri, a estrela mais próxima da Terra, em 2075. A ideia é enviar milhares de pequenas velas espaciais alimentadas por um feixe de laser até atingirem velocidades relativísticas.
O conceito Swarming Proxima Centauri é uma colaboração entre a Space Initiatives Inc. e a Initiative for Interstellar Studies (i4is). A equipe submeteu o projeto ao programa Innovative Advanced Concepts (NIAC), no qual a NASA seleciona as propostas de maior interesse científico e potencial de sucesso, entre outros critérios técnicos.
Embora viagens interestelares sejam um sonho antigo, as limitações humanas para realizar a façanha são bem evidentes. Proxima Centauri é a mais “fácil” de alcançar por estar muito perto de nós em escalas cósmicas, mas são 40 trilhões de km separando-a do Sol.
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Percorrer essa distância com as espaçonaves usadas hoje não faria nenhum sentido: mesmo que fosse possível chegar lá, a viagem levaria dezenas de milhares de anos. Mas há uma esperança discutida por cientistas nas últimas décadas: as velas solares, sondas semelhantes a pipas impulsionadas pelos fótons da luz do Sol.
Recentemente, os cientistas desenvolveram diferentes projetos de vela solar, na tentativa de aumentar o potencial de aproveitamento energético para alcançar velocidades cada vez maiores. Isso é fundamental para que as sondas cheguem em Proxima Centauri e nos enviem dados obtidos de lá ainda neste século.
O Swarming Proxima Centauri apresentou soluções para dois desafios que essa ideia traz. O primeiro é sobre a quantidade de energia necessária para alcançar a velocidades relativísticas (de 10 a 20% a da luz): um feixe de laser de 100 gigawatts seria incluso para fornecer maior impulso.
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A segunda dificuldade é a comunicação: uma vez na órbita de Proxima Centauri, as sondas teriam que aguardar 4,2 anos para receber um comando da equipe na Terra, e levariam outros 4,2 anos para nos enviar dados. Então, o projeto propõe um sistema autônomo capaz de tomar suas próprias decisões de trajeto e manobras de órbita ao chegar na estrela.
Será uma tarefa desafiadora desenvolver esse sistema autônomo, que será responsável por coordenar milhares de velas solares até a órbita de Proxima Centauri. Além disso, uma vez lá, o sistema terá que decidir quais dados enviar à Terra.
Por outro lado, a vantagem de ter milhares de sondas é que, graças à dinâmica de “enxame”, o sistema terá mais facilidade para lidar com esses obstáculos. O receptor de dados também será de grande escala, com cerca de 1 km²; com essas características, o Swarming Proxima Centauri terá uma alta taxa de bits na comunicação.
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Ao ser selecionado para o programa, Swarming Proxima Centauri será financiado para o desenvolvimento técnico e, então, concorrerá com outros projetos escolhidos para chegar à terceira fase. A equipe estima que os custos finais para chegar à estrela vizinha estejam na casa dos 100 bilhões de dólares.
Fonte: NASA
