Nas gerações mais recentes, o formato de mídia em disco praticamente permitiu que várias plataformas utilizassem um suporte de mesmo formato — como o CD, o DVD ou o Blu-Ray. Porém, na Era dos Cartuchos, especialmente quando falamos do Super Nintendo, as coisas não eram bem assim.
Quem viveu esse período deve se lembrar que cartuchos comercializados nos Estados Unidos, Europa e Japão possuíam formatos completamente diferentes, fator que praticamente criava uma trava de região para alguns títulos. Porém, você já reparou que mesmo alguns dos títulos comercializados em terras norte-americanas não compartilhavam um design de cartucho?
Acredite: os cartuchos de SNES possuíam uma pequena diferenciação que, nos primeiros modelos do console, faziam diferença em um detalhe que passou batido por muitos. Descubra a seguir!
Diferenças técnicas
Se você teve um Super Nintendo, com certeza vai se lembrar que a plataforma contava com um botão chamado Eject, que servia para remover o cartucho do console. Por padrão, nós sempre apertávamos ele quando queríamos trocar de jogo, mas em alguns títulos isso não era necessário.
Nos cartuchos comercializados nos Estados Unidos, era possível encontrar uma diferenciação logo abaixo da etiqueta frontal: uma entrada no formato horizontal e outra formando o que parece ser uma “rampa”.
Modelos como o da imagem a seguir faziam parte da primeira leva de jogos do Super Nintendo, possuindo um formato que os “travavam” nos consoles. A única forma de soltá-los era apertando o botão Eject, já que ele não saía de outra maneira — mesmo utilizando força.
Modelo dos primeiros cartuchos de Super Nintendo.Fonte: Douglas Vieira/Voxel
Anos depois, os cartuchos para Super Nintendo ganharam um novo design com um desnível centralizado, permitindo que apenas uma leve pressão para cima fosse o bastante para removê-lo do console.
Modelo de carcaça frontal mais comum e presente na maioria dos jogos de SNES.Fonte: Douglas Vieira/Voxel
No caso do modelo menor de Super Nintendo (que por aqui ficou conhecido como SNES Baby), o botão Eject não existe e todos os cartuchos eram removidos “manualmente”. Como é possível ver na imagem abaixo, isso acontece já que as fitas não entravam o suficiente para alcançar as fissuras de segurança, facilitando sua retirada.
Games não ficavam totalmente imersos na entrada de cartuchos do SNES Baby.Fonte: Shopee/Reprodução
Cartucho japonês de SNES funciona em modelo americano?
A resposta mais curta para essa pergunta é sim, mas devemos considerar que é preciso fazer algum tipo de modificação no cartucho ou no console.
Todos os jogos lançados nos Estados Unidos possuíam duas fissuras na parte traseira da carcaça, que se encaixavam em compartimentos do cartucho. Logo, para um jogo japonês funcionar, a primeira saída encontrada por muitos era danificar o plástico, criando duas fendas na carcaça traseira para adequar o game ao console.
Claro, isso modificava a estética do cartucho e, de certa forma, diminuía o seu valor de revenda. Por isso, algumas pessoas acabavam recorrendo a outro artifício: quebrar as travas no encaixe de fitas do videogame.
Cartucho japonês e americano de SNES, respectivamente.Fonte: Reddit/Reprodução
Vale ressaltar que as formas mencionadas acima são um pouco radicais para serem usadas atualmente, já que agora você pode jogar seu Bahamut Lagoon ou Seiken Densestsu 3 apenas usando um adaptador.
E o cartucho europeu, funciona no SNES americano?
Aqui o caso é um pouco mais delicado. Apesar dos formatos de cartucho japonês e europeu serem parecidos, criar duas fendas na carcaça traseira (ou modificar o console) não vai ajudar muito, pois ainda seria necessário realizar algum tipo de modificação no chip para conseguir aproveitar o game.
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