O infravermelho era bem útil no passado, mas vem ficando cade vez menos popular. Mas por que isso vem acontecendo? O componente, que já foi uma das principais formas de transferências de arquivos na era pré-smartphones, se tornou uma mão na roda por permitir usar o celular como um controle remoto para TVs, ar-condicionados e outros eletrônicos do tipo.
Apesar de ainda ser parte da composição de alguns modelos, a maioria das fabricantes resolveu tirar o infravermelho dos seus lançamentos mais recentes. De 2019 para cá, muitos lançamentos já não contam com essa funcionalidade e são poucas as marcas que ainda apostam nisso. Com tudo isso, surge a dúvida: como um recurso aparentemente tão útil ficou tão relegado? Acompanhe o texto para descobrir.
Quais celulares ainda tem infravermelho?
Celulares como Sony Ericsson eram os mais populares com essa função e, mesmo após o Bluetooth se tornar padrão em qualquer aparelho, o infravermelho ainda fez parte da composição de muito telefone até pouco mais da metade da década passada, quando começou a ser gradativamente cortado por muitas empresas.
A Samsung, por exemplo, utilizou a tecnologia pela última vez na linha Galaxy S6, de 2015, enquanto um dos últimos celulares da Motorola a ter a função foi o Moto X Force, de 2016. A Huawei chegou um pouco mais longe e, em 2020, lançou a linha P40 com infravermelho.
Além da Xiaomi, outras chinesas, como a Vivo e a Realme, têm modelos mais recentes com o componente. A primeira utiliza na série Vivo X90, lançada no final do ano passado, enquanto a segunda usa somente no Realme GT 3, anunciado no começo desse ano.
Alguns celulares mais recentes que possuem infravermelho são:
Mas por que muitas fabricantes já não apostam mais nesse componente e o removem de suas linhas ao passar dos anos? Com exceção da Xiaomi, que ainda insiste no infravermelho em muitos dos seus smartphones, são poucas as marcas que ainda o usam.
Um gasto pouco aproveitado
Apesar de muitas fabricantes não deixarem claro quando removem um recurso ou componente nas novas gerações de smartphones, a explicação para a retirada do infravermelho nos aparelhos pode ser bem simples: o corte de custos.
Muitas vezes, a fim de não subir tanto o preço de uma geração para a outra — ou manter o valor competitivo frente à concorrência — é natural cortar algumas peças da construção ou diminuir recursos.
E, levando em conta a utilidade do infravermelho em um smartphone, vamos considerar que esse não é um componente que necessariamente fará tanta falta no dia-a-dia?!
Para chegar a essa conclusão, conversei com algumas pessoas que têm um celular com infravermelho para entender como elas aproveitam a função no dia-a-dia. Das pessoas com quem conversei, duas destacam que usam o recurso, mas não com tanta frequência.
O bancário Guilherme Rosa, por exemplo, explicou para o Canaltech que usava bastante no passado, quando precisava trocar bastante de canal na TV. Hoje, no entanto, como usa mais dispositivos de streaming, como Chromecast, o controle remoto do seu Xiaomi acaba não sendo tão útil quanto antes.
Já a assistente administrativa Camila Cavalcante destacou em entrevista que raramente lembra de usar e que até acha melhor o controle virtual do que o próprio original da TV, mas por costume, acaba usando sempre o físico.
Há quem use bastante essa funcionalidade, mas algo em comum entre todos é que o infravermelho não é um componente essencial no celular na hora de comprar um novo. Então, se a pessoa precisar trocar para algum modelo que não tenha o recurso, não fará muita falta.
Com isso, fica claro porque algumas empresas preferiram deixar o infravermelho de lado no passado: um componente que serve, basicamente, para um único propósito e que não é tão essencial para muitos usuários atualmente.