O sonho de duplicação da Avenida Sete, no Jardim Carioca, em Campo Grande, tornou-se um pesadelo para os moradores com a obra que nunca acaba. A consequência da permanência das equipes de trabalho há quase dois anos é o aumento dos transtornos como poeira e muito barro.
“Aqui não tinha poeira, mas quando passaram as máquinas…”, disse o lavador de carros, Luiz Felipe, de 22 anos, que complementa: “A gente lava o carro e depois já está cheio de poeira. Não dá conta”.
“Eles cavam um buraco, passam o asfalto e depois cavam no mesmo lugar”, relatou Luiz ao Jornal Midiamax. Situação semelhante foi percebida pela merendeira Graciela Benites, de 24 anos. “Perto da escola tem vários reparos no asfalto. Eles cavam e fecham com asfalto. Três dias depois, abrem o mesmo buraco e na próxima semana fecham a obra”, reclama.
“Fazem quase dois anos que mexem e param. Motorista de aplicativo não vem. Você não consegue atravessar quando chove. Já entrou até água na casa dos moradores. Nada para limpo por causa da poeira”, contou.
Já para o aposentado Edgard Cabral, de 52 anos, morador do Jardim Carioca, o sentimento é de descaso. “Fizeram a parte fluvial, mas faz tempo. Tem muito barro e muita poeira. Às vezes você não consegue passar. Essa ponte ia ligar três bairros: Vila Rica, Jardim Carioca e Nova Campo Grande. É fogo. Como se o povo do subúrbio fosse tratado como resto, de segunda linha”, desabafou.
A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou ao Jornal Midiamax que as obras de duplicação da Avenida 7 estão dentro do cronograma.
“Como é uma intervenção numa área de lençol freático aflorado, com água vindo à superfície em vários pontos, surgem intercorrências que interferem no andamento do serviço. Houve necessidade de rebaixamento da rede de água, expansão do esgoto e reforço da drenagem com a construção de colchões de pedra para garantir a durabilidade do pavimento”, diz nota enviada à reportagem.
Perto dali, na Avenida Dois, a equipe de reportagem se deparou com mais um problema relatado pelos moradores: a rotatória que liga a avenida com as Avenidas Três e Amaro Castro Lima.
Com a instalação recente da rotatória – que ainda está sem sinalização – muitos acidentes têm acontecido. “Teve um cara que morreu de moto e teve um outro acidente de moto no outro dia. Não tem nada marcado aqui”, disse o comerciante Walter Ingham. “Ela [Avenida Dois] só sobe, mas tem muitas pessoas que descem. É muita bagunça, descendo onde não pode”, relatou.
A solução provisória, segundo a cabeleireira Ana Paula Mathias, de 34 anos, é resolver no grito. “Muita gente faz a rotatória de forma errada. Não tem sinalização por isso o risco está grande. Ainda não tem tanto acidente porque a gente policia. Os próprios moradores gritam: ‘está na contramão'”, contou.
A estrutura da ponte de 40 metros, que foi construída sobre o Córrego Imbirussu, garante o acesso pela Avenida 7, que atravessa o Nova Campo Grande e o Jardim Carioca ao Polo Empresarial Oeste.
A travessia encurta em pelo menos 6 km o trajeto de quem mora na região e trabalha nas indústrias em funcionamento no polo. Antes, só havia uma passarela metálica para transpor o córrego à pé.
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