“A violência contra uma mulher, é uma violência contra todas as mulheres. Quando essa violência é direcionada a uma mulher eleita para representar legitimamente o povo, é um atentado contra a própria Democracia”, pontuou o deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB) nesta terça-feira (26).
A declaração foi feita durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), que repercutiu os recentes episódios de violência política sofridos pela prefeita de Naviraí, Rhaiza Matos, e pela vereadora de Cassilândia, Sumara Leal, que ocuparam a tribuna do Parlamento Estadual para denunciar os casos.
“Como deputado estadual, manifesto meu firme apoio à luta contra a violência contra as mulheres e me comprometo a trabalhar incansavelmente para combater esse flagelo social e em garantir um ambiente seguro e igualitário para todas as mulheres de Mato Grosso do Sul”, disse o 1º secretário da ALEMS, prestando sua solidariedade à Rhaiza e Sumara. “Não se deixem abater, nós estamos com vocês. Contem com essa Casa de Leis e parabéns pela força e pela coragem”, prosseguiu.
Em seu pronunciamento, a prefeita de Naviraí lamentou o fato de que a misoginia e o preconceito ainda persistam no cenário político, majoritariamente dominado por homens. No entanto, ela ressaltou que essas atitudes não devem ser toleradas, e não devem alimentar uma cultura de marginalização das mulheres que têm a coragem de ocupar espaços de poder.
“É inadmissível termos que lutar por igualdade, a misoginia não é um ataque as mulheres, e sim aos princípios democráticos, que sustentam a nação. A violência também existe na difusão de estereótipos, divulgação de mentiras, violência psicológica. Minha presença aqui hoje não é apenas para denunciar: devemos criar políticas que assegurem a igualdade de gênero das mulheres na política”, ponderou Rhaiza Matos.
Sumara Leal reiterou que aceitou o convite, feito pelo deputado estadual Paulo Corrêa, para ocupara tribuna da Assembleia Legislativa para ter a oportunidade de falar não apenas por si, enquanto cidadã e vereadora, mas por todas as mulheres, que representam 52,44% do eleitorado sul-mato-grossense, em especial àquelas que já sofreram algum tipo de violência e foram silenciadas.
“Só quem já sofreu isso na pele, como eu sofri, sabe como a violência de gênero nos humilha, nos despedaça, nos corrói e nos imobiliza”, conta. “Decidi transformar essa dor em força para continuar representando o povo com coragem, respeito e dignidade, e desse propósito não vou me distanciar”, acrescenta.
Ela também deixou um recado às mulheres que já passaram por algum tipo de violência. “Vocês não estão sozinhas. Eu estou e permanecerei aqui ao lado de vocês, lutando por seus direitos, para mostrar que vocês podem ser o que quiserem e que são capazes de conquistar o mundo.
“E aos que insistem em tentar nos silenciar, nós, mulheres, estamos aqui, nós existimos e não nos calaremos”, finalizou.
Fonte: Site Oficial da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul