Os mares exalam mais mercúrio tóxico do que os cientistas pensavam
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Na última sexta-feira (17), um artigo publicado nas revistas Nature e One Earth trouxe à tona uma preocupação da comunidade científica: os mares exalam mais mercúrio tóxico do que se pensava. Segundo o estudo, as emissões oceânicas explicam parcialmente por que 40% a mais de mercúrio (Hg) entra na atmosfera todos os anos do que o estimado anteriormente.
O mercúrio é um metal tóxico que afeta principalmente a saúde humana através do consumo de frutos do mar, e o estudo destaca a necessidade de esforços de redução de emissões mais agressivos.
Conforme apontam os pesquisadores, a eficácia da redução do nível ambiental de mercúrio por meio do controle das emissões antrópicas depende da magnitude das reemissões da terra e do oceano, o que requer uma compreensão abrangente de seu ciclo biogeoquímico global.
“Desenvolvemos um novo modelo acoplado de atmosfera-terra-oceano e encontramos emissões atmosféricas totais de Hg potencialmente 40% maiores do que as reconhecidas anteriormente, principalmente devido às maiores reemissões do oceano. Nossos resultados sugerem uma provável menor sensibilidade dos níveis ambientais às mudanças nas emissões”, aponta o estudo.
Mercúrio faz mal para a saúde?
Segundo um estudo da Fiocruz, na maioria dos casos, as pessoas entram em contato com o mercúrio quando se alimentam de peixes contaminados por metilmercúrio, quando usam obturações dentárias feitas com mercúrio ou quando usam o metal no trabalho, como os garimpeiros de ouro, os dentistas, os trabalhadores das indústrias de lâmpada.
A inalação de mercúrio metálico também é uma das principais formas de exposição. E é preciso tomar muito cuidado, uma vez que o metal causa danos neurológicos, com sintomas como: tremores, insônia, perda de memória, dores de cabeça e fraqueza muscular. A exposição também pode causar danos permanentes no organismo ou ainda provocar a morte.
Fonte: Nature, One Earth, The Atlantic, Fiocruz