Operação da Interpol prende quase 1.000 cibercriminosos em 30 países

A Interpol anunciou nesta quinta-feira (24) a prisão de 975 pessoas em 30 países, sob acusações de fraude de investimentos, extorsão, phishing, lavagem de dinheiro e golpes de falso romance, apostas e outros tipos de cibercrimes. Os trabalhos também levaram à apreensão de US$ 129,9 milhões, quase R$ 695 milhões, que devem ser redistribuídos às vítimas e também ao patrimônio público.

As prisões foram parte de uma megaoperação chamada HAECHI III, que foi coordenada pelo departamento de combate a crimes financeiros e corrupção da Interpol, com apoio das autoridades policiais dos 30 países onde os trabalhos ocorreram. Segundo as autoridades, mais de 1,6 mil casos teriam sido resolvidos entre o final de junho e novembro, período em que os trabalhos aconteceram.

Segundo as informações oficiais, 2,8 mil contas digitais, em instituições financeiras, câmbios de criptomoedas e outros, também foram congeladas como parte da operação. A Interpol também disse ter identificado 16 novas tendências cibercriminosas, com esquemas em andamento interrompidos e novas pistas que devem levar a prisões adicionais nos próximos meses, relacionados a golpes que ainda estão começando a ganhar espaço.

Um exemplo é o uso de apps de mensagem com criptografia de ponta a ponta para a distribuição de golpes envolvendo criptomoedas. A Interpol também disse que, durante o período, viu um aumento na incidência de golpes do romance, com as vítimas sendo induzidas a enviarem fotos íntimas e, depois, sendo extorquidas para que as imagens não fossem publicadas na internet ou enviadas a familiares, cônjuges e colegas de trabalho.

A autoridade também citou os casos mais notórios conhecidos durante a investigação, como um esquema de pirâmide realizado por uma dupla de cidadãos coreanos, presos na Grécia e na Itália, que chegou a fazer duas mil vítimas, fraudadas em € 28 milhões (cerca de R$ 155 milhões). Em outro grande exemplo, os bandidos se passavam por agentes da própria Interpol para abordar empresas financeiras e do ramo de criptomoedas, obtendo mais de US$ 159 mil (aproximadamente R$ 851 mil) para o suposto pagamento de multas ou taxas.

A operação também levou ao lançamento de um sistema global que permite a cada país membro indicar às autoridades sobre transações suspeitas e realizar bloqueios de pagamentos a contas que pertençam a criminosos. No caso mais notório, € 1,2 milhão (cerca de R$ 6,6 milhões) foram devolvidos a clientes bancários da Irlanda que haviam caído em golpes de phishing via e-mail. No total, mais de US$ 120 milhões, ou aproximadamente R$ 642 milhões, já teriam sido recuperados com o uso da ferramenta.

O Brasil não faz parte da lista de 30 países que fizeram parte das operações. Segundo a Interpol, a HAECHI III é parte de um plano maior, com três anos de duração, voltado ao combate contra o cibercrime global, com nomes como EUA, Hong Kong, Austrália, Reino Unido, Singapura, Japão, Coreia do Sul, Espanha e África do Sul, entre outros, na lista de participantes.

Fonte: Interpol

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