Óculos VR usado para estudar cérebro de ratos

Pesquisadores da Universidade Northwestern desenvolveram um protótipo de óculos de realidade virtual (VR) para ratos. O dispositivo chamado de Miniature Rodent Stereo Illumination VR (iMRSIV) permite estudar com mais precisão os circuitos neurais relacionados ao comportamento desses animais.

Com explica a publicação da universidade, apesar de serem testados em ratos, protótipos como esse permitem aos cientistas descobrirem formas que o cérebro humano se adapta e reage à exposição repetida de aparelhos VR, cuja popularidade vem crescendo com o tempo.

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De acordo com os pesquisadores do estudo, já existiam alguns projetos semelhantes a esse, no entanto, esses protótipos contavam com algumas limitações, pois não conseguiam podiam ser facilmente montadas na cabeça dos ratos e não podiam transmitir a profundidade tridimensional (3D).

Além disso, os pesquisadores avaliam que projetos anteriores não conseguiam simular uma ameaça aérea acima do rato, como aves de rapina.

Nos últimos 15 anos, temos usado sistemas de VR para ratos. Até agora, os laboratórios têm usado grandes computadores ou telas de projeção para cercar um animal. Para os humanos, é como assistir TV na sala de estar. Você ainda vê seu sofá e suas paredes. Existem pistas ao seu redor, dizendo que você não está dentro da cena.

Daniel Dombeck, professor da Northwestern e autor sênior do estudo.

Agora esses novos óculos VR funcionam “como um Óculus Rift” (dispositivo criado pela Meta), ocupando toda a visão do animal, descreve o autor do artigo.

Lentes utilizadas nos estudos. (Imagem: Dom Pinke/ Universidade Northwestern)

Para isso, o dispositivo utiliza duas lentes (cada uma com um campo de visão de 180 graus) e duas telas para cada lado da cabeça que transmitem as imagens num campo de visão 3D para cada olho, como é possível conferir na representação abaixo:

Rato óculos VR
(Imagem: Dom Pinke/ Universidade Northwestern)

De acordo com os cientistas, os ratos que utilizaram os novos óculos interagiam com a cena muito mais rápido que outros animais com sistemas de VR anteriores.

Tendo em vista que os ratos costumam olhar para o céu para avistar possíveis ameaças, os responsáveis pelo estudo simulam um ataque aéreo ao projetar a imagem de um disco escuro que se expandia na parte superior do óculos. 

Nos experimentos, os ratos perceberam a projeção e alguns tiveram a reação de correr mais rápido, enquanto outros ficaram paralisados — comportamentos comuns em situações de ameaça.

John Issa, co-autor do estudo, revelou que no futuro os pesquisadores pretendem observar situações em que “o rato não é a presa, mas o predador”. Dessa forma, segundo ele, seria possível observar a atividade cerebral durante uma perseguição por uma mosca.

Como informou Dombeck ao The Guardian, a equipe também trabalha para identificar neurônios relacionados com a formação de memórias enquanto os ratos navegam por labirintos. Com isso, seria possível “compreender como nossos cérebros sabem onde estamos no mundo”, “como formamos memórias dessas experiências” e como essas lembranças resultam em doenças neurodegenerativas.

Fonte: Olhar Digital

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