O Steam Deck funciona como um PC para jogos e trabalho?

O Steam Deck é um console portátil que introduziu uma nova perspectiva quanto à possibilidade de uso desses aparelhos. O dispositivo é fabricado pela Valve, gigante do segmento de jogos eletrônicos, e foi lançado no início do ano passado.

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O console chamou a atenção por ter hardware x86 e poder rodar jogos de PC com bom desempenho na palma da mão. Adicionalmente, ele roda o SteamOS, que é baseado no Arch Linux, uma distribuição conhecida pela sua versatilidade e rapidez. Como o Steam Deck possui um modo desktop, ele permite ser utilizado como um computador. Não é nem necessário conectá-lo a um monitor ou periféricos para isso.

No entanto, a Valve lançou a “Docking Station” para o aparelho, que amplia sua conectividade, e permite que o equipamento fique sempre ligado na tomada. Dessa maneira, podemos usar o Steam Deck como um PC em tempo integral, tanto para jogar como para trabalhar.


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Como é usar o Steam Deck como um PC?

Para usar o Steam Deck como um PC completo, é necessário uma dock com as mesmas funcionalidades do Docking Station oficial. A dock que utilizamos tem o encaixe para o Steam Deck, 3 portas USB-A 3.2, 1 conector RJ-45 para o cabo de rede, 1 porta HDMI e 1 porta USB-C para o cabo de energia.

Dock genérica para o Steam Deck. (Imagem: Ivo Meneghel/Canaltech)

É claro que você pode usar o dispositivo se conectando à internet pelo Wi-Fi dual-band, mas eu quis testar a rede cabeada para saber se a dock estava funcionando corretamente.

A dock do Steam Deck é simples, mas bastante funcional. (Imagem: Ivo Meneghel/Canaltech)

Steam Deck como PC: funcionamento básico

Depois de conectar meu teclado USB e meu monitor à dock, eu liguei o Steam Deck. O dispositivo sempre liga no modo de jogo, ou seja, com a interface do SteamOS. Em seguida, eu alternei para o modo desktop usando o botão power. A troca de um modo para outro leva apenas alguns segundos.

A partir daí, o Steam Deck passa a exibir a interface de um sistema para PC. Entra em ação o Arch Linux com o ambiente gráfico do KDE, o Plasma Desktop. O sistema operacional já vem com alguns apps instalados, como editores de texto, visualizador de imagens e de documentos, e o Mozilla Firefox como navegador.

É possível usar a tela do Steam Deck como segunda tela. (Imagem: Ivo Meneghel/Canaltech)

A loja de apps do Arch Linux do Steam Deck já tem integração com o Flathub. Isso significa que é muito fácil instalar programas populares no dispositivo. Basta pesquisar pelo nome do app e clicar em instalar. Para meu uso, eu precisei instalar o Slack, o Microsoft Edge, o Spotify, o WhatsApp Desktop, o Cheese, o SMPlayer e um editor de vídeo. O visualizador de imagens do KDE já faz algumas edições básicas, como cortar e redimensionar.

Instalando o Spotify no Steam Deck, pela loja de apps do Arch Linux. (Imagem: Ivo Meneghel/Canaltech)

Os próximos passos foram conectar meu mouse via Bluetooth e configurar meu monitor com a resolução 4K e uma escala de fontes com tamanho confortável. Eu poderia usar a tela do Steam Deck como uma tela extra, mas preferi usar meu monitor como única tela. Toda essa configuração é bem fácil de fazer usando a ferramenta de configuração do sistema do KDE.

A dock mantém o Steam Deck na posição vertical, bem apoiado e estável. (Imagem: Ivo Meneghel/Canaltech)

Usando o Steam Deck para trabalhar

Para trabalhar, eu preciso basicamente do Google Docs para editar textos, do Microsoft Edge para acessar meus perfis – pessoal e de trabalho –, e de um editor de imagens básico. Então, essa tarefa foi bem tranquila.

Usando o Google Docs no Steam Deck. (Imagem: Ivo Meneghel/Canaltech)

Se o usuário precisar de uma suíte de escritório, dá para instalar o LibreOffice (gratuito) de maneira bem fácil, usando a loja do sistema. O LibreOffice cria e abre documentos compatíveis com o Microsoft Office. Outra possibilidade é acessar o Office online da Microsoft, que possui uma versão gratuita.

Editando vídeos e imagens no Steam Deck

Eu usei o OpenShot para recodificar um vídeo em 4K de 755 MB para a resolução Full HD e taxa de quadros fixa de 60 fps. A tarefa foi finalizada em 3 minutos e 30 segundos. Detalhe que o Steam Deck trabalhou com um nível de ruído bem baixo.

Renderizando um vídeo no Steam Deck. (Imagem: Ivo Meneghel/Canaltech)

Para fazer edições básicas em imagens, eu usei o Gwenview, o visualizador de imagens padrão do KDE. Quem precisar de algo mais poderoso e complexo, pode instalar o Gimp indo até a página do editor no site do Flathub. Infelizmente, ele não está disponível diretamente pelo Discover (loja de apps do KDE).

Realizando videoconferências no Steam Deck

Eu pude usar minha webcam da Logitech normalmente no Steam Deck. Eu apenas conectei o acessório a uma porta USB e instalei o Cheese para saber se ela estava funcionando. Depois, realizei uma chamada pelo Google Meet da mesma maneira como se faz no Windows.

Como microfone, eu tinha duas opções, usar o embutido na webcam, ou usar o integrado no próprio Steam Deck.

O Slack é o ambiente de comunicação usado aqui no Canaltech. O aplicativo também funcionou muito bem no Steam Deck, graças à estabilidade do Arch Linux.

Jogando no Steam Deck no modo desktop

Eu fiquei surpreso com o desempenho do Steam Deck em jogos no modo desktop. Eu joguei Tropico 6, Dirt Rally e FEAR 3. Não são jogos recentes, mas eu pude jogá-los com resolução acima do padrão para a tela do dispositivo. Tropico 6, inclusive, eu joguei na resolução 1440p, com qualidade gráfica baixa, o que não compromete a jogabilidade, já que o game é de simulação.

Jogando Dirt Rally no Steam Deck. (Imagem: Ivo Meneghel/Canaltech)

Dirt Rally é um jogo relativamente pesado, e rodou em Full HD com os gráficos no médio. A qualidade estava muito boa e a imagem ficou com ótima fluidez.

Steam Deck como PC: multimídia e streaming

Vários apps de streaming podem ser instalados no Linux via plataformas de empacotamento alternativas, como o Snap e o Flathub. O único que eu faço questão de instalar é o Spotify, que uso para ouvir músicas. Ele está disponível pelo Discover. Já a Netflix e o Amazon Prime Video, eu os utilizei pelo navegador sem problema algum.

O Prime Video ficou com qualidade próxima à resolução HD, mesmo eu configurando para a qualidade máxima. Já a Netflix ficou bem melhor, mesmo não tendo opção para escolher a qualidade da imagem.

Assistindo à Netflix no Steam Deck. (Imagem: Ivo Meneghel/Canaltech)

Como saída de som, eu tive duas opções disponíveis: os alto-falantes do Steam Deck e a entrada para fones de ouvido do dispositivo. Por esse conector do tipo P2 (3,5 mm), eu pude utilizar meu headset e também meu sistema de som estéreo 2.1. A qualidade de áudio foi boa em qualquer uma das alternativas.

Steam Deck como PC: bugs

Foram poucos os bugs que percebi usando o Steam Deck como PC. Eu achei que poderia ter problemas de conectividade com o monitor ao desligar e ligar o aparelho todos os dias. Mas, na verdade, só tive algumas desconexões de teclado e mouse.

Para resolver, eu tirei o cabo do teclado e coloquei novamente. Já o mouse voltou a funcionar ao desligá-lo e ligá-lo novamente. Isso ocorreu somente ao ligar o Steam Deck pela manhã.

Durante uma semana de testes, somente um aplicativo fechou subitamente, que foi o Microsoft Edge. Ao reabri-lo, foi possível recuperar as abas que estavam abertas na sessão anterior.

Vale a pena usar o Steam Deck como um computador?

Eu fiquei positivamente impressionado com a experiência de usar o Steam Deck como um computador. Eu esperava que enfrentaria mais bugs e mais dificuldade para instalar apps não nativos do Linux.

Eu poderia usar os alto-falantes do Steam Deck, mas, para filmes, preferi conectar meu sistema de som 2.1 via Bluetooth. (Imagem: Ivo Meneghel/Canaltech)

Felizmente, a Valve trabalhou para oferecer uma experiência bem completa de PC em seu console portátil. Isso definitivamente justifica a existência de uma Docking Station oficial da marca. Mas é claro que o acessório original é bem mais caro que as opções alternativas fabricadas na China. E como há boas marcas que fabricam docks parecidas – para notebooks – há alguns anos, não faz mal usar uma mais barata, que não seja da Valve.

Fora a parte da conectividade com periféricos, a Valve também deixou o sistema “redondo” para ser usado no modo desktop. Faltam alguns aplicativos básicos pré-instalados para usuários em geral. Mas isso é um ponto positivo no sentido de economizar espaço em disco, deixando que os usuários instalem apenas o que julgarem necessário.

A instalação de aplicativos populares é bem fácil, já que o Discover possui integração com o Flathub. O reconhecimento de hardware funcionou muito bem. Eu conectei meu celular para transferir o arquivo de vídeo que eu editei, e o reconhecimento do aparelho foi imediato.

Para tarefas mais pesadas, apesar de não ser indicado para edição de vídeos muito grandes e modelagem 3D, o Steam Deck se saiu muito bem em projetos simples. O equipamento é mais poderoso do que muito notebook de entrada, e é mais silencioso do que muito notebook intermediário ou gamer.

Você pode ler o review completo do Steam Deck clicando aqui.

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Leia a matéria no Canaltech.

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