O Universo definitivamente não é um ambiente calmo, tudo que habita o nosso vasto espaço sideral está de fato em movimento. Na nossa vizinhança próxima, um evento chama a atenção de cientistas desde o início da Astronomia: a conjunção planetária.
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O nosso Sistema Solar é composto pelo Sol e oito planetas que giram ao seu redor em uma trajetória chamada órbita. A órbita planetária é o caminho que um planeta percorre ao redor de uma estrela, essas trajetórias elípticas são determinadas pela interação entre a gravidade do planeta e a estrela.
Mas nem todos os planetas giram no mesmo sentido. Vênus, por exemplo, giram em sentido contrário em relação aos outros planetas do nosso Sistema Solar. Esse movimento é chamado movimento retrógrado.
O que é conjunção planetária?
Nessa imensidão de movimentos e órbitas, a conjunção ocorre quando dois corpos celestes, como asteroides, estrelas, luas ou planetas, aparentam estar mais próximos um do outro quando vistos da Terra. Esse fenômeno pode ocorrer durante o encontro direto entre esses objetos ou simplesmente pela passagem aparente um pelo outro.
Dois ou mais planetas podem parecer próximos no céu quando observados da Terra. Mas essa proximidade é apenas uma ilusão, pois, na realidade, eles estão separados por distâncias colossais no espaço. Por exemplo, na fase de lua nova, a Lua entra em conjunção com o Sol ao deslocar-se entre a Terra e a estrela central do Sistema Solar.
A conjunção planetária pode ocorrer de duas formas: por meio da “ascensão reta”, quando dois objetos estão alinhados verticalmente no céu visto da Terra, ou pela “longitude eclíptica”, quando ambos estão em uma linha imaginária que segue a trajetória do Sol ao longo do ano.
Qual é a importância da conjunção planetária?
A observação das conjunções planetárias é bastante importante tanto para astrônomos amadores, quanto profissionais. Além de proporcionarem a coleta de dados mais aprimorados sobre a mecânica orbital dos planetas, historicamente, as conjunções foram empregadas para medir distâncias no Sistema Solar, utilizando a paralaxe para calcular com precisão as distâncias entre os corpos celestes.
Outra oportunidade apresentada pela conjunção planetária é a de usar os dados de posição dos planetas para calibrar instrumentos astronômicos devido à previsibilidade e à localização conhecida dos planetas envolvidos.
Porém, é muito importante saber diferenciar a conjunção planetária do alinhamento planetário. Enquanto o alinhamento ocorre quando os planetas estão em uma mesma linha no céu, a conjunção está relacionada a uma menor distância aparente entre eles. Durante uma conjunção, essa distância pode variar entre 0,5° a 9°, exemplificada pela conjunção histórica de Júpiter e Saturno em 2020, que ocorreu a uma distância de 0,1°. Quando mencionamos esses graus de distância, estamos indicando a amplitude de separação entre os planetas durante uma conjunção astronômica.
Em 2024, os entusiastas da astronomia podem esperar uma série de fascinantes conjunções planetárias. Por exemplo, em 27 de janeiro, uma conjunção entre Mercúrio e Marte, a apenas 0,12° de distância, promete ser um espetáculo noturno.
Em 20 de abril, Júpiter e Urano entrarão em conjunção, aproximando-se a uma média de apenas 0,31°. Posteriormente, em 4 de agosto, Marte e Júpiter realizarão sua própria dança celestial a uma distância de 0,18°. Esses eventos, visíveis a olho nu em diversas regiões da Terra, prometem proporcionar um espetáculo cósmico memorável.
Acompanhar as conjunções astronômicas pode ser um evento divertido e bastante instigante para quem decidir olhar para os céus nessas datas. E com os conhecimentos apropriados você pode estar ainda mais preparado para apreciar essa dança cósmica dos nossos irmãos de Sistema Solar.
Fonte: Olhar Digital