O que é TRIM no SSD? | Como ativar e desativar

O TRIM é uma tecnologia disponível em SSDs que atua como um organizador para identificar quais blocos possuem dados inválidos. Após essa identificação, ele esvazia os blocos de maneira automática para que novos dados possam ser gravados naquele espaço.

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Sem o TRIM, os SSDs levam tempo demais para apagar blocos com dados inutilizados e escrever novos dados neles. O problema é que esse tempo extra para realizar o processo é longo demais e acaba afetando o desempenho dos solid state drives.

Como um SSD funciona?

Um SSD utiliza memórias flash para armazenar os dados do computador. Dentro dessas memórias há um conjunto gigantesco de blocos, onde os dados são guardados.


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Em uma situação usual, um HDD (o disco rígido) apenas reescreve novos dados sobre o disco que fica girando em seu interior. Um SSD não tem esse privilégio e simplesmente não pode escrever um novo dado em cima de um dado antigo. Em outras palavras, não é como se esse componente pudesse riscar uma palavra e escrever uma nova no seu lugar.

Quando o usuário apaga um arquivo de um SSD, o sistema operacional envia flags para indicar que naqueles espaços do bloco há dados inúteis. Por mais que esse dado seja inútil, ele ainda é alguma coisa e aparece dentro do bloco da peça. É tipo um grão de areia: sozinho ele parece não ser nada, mas existe e ocupa espaço.

SSD vazio
O SSD está com blocos totalmente vazios, sem nenhum tipo de dado (Felipe Vidal/Canaltech)
SSD com dados
O usuário começa a armazenar arquivos nos blocos (Felipe Vidal/Canaltech)
SSD com mais dados
Mais arquivos são inseridos no componente (Felipe Vidal/Canaltech)
SSD apaga os dados
O usuário apaga algum dos arquivos que não quer mais. O sistema do SSD apaga as informações, mas continua entendendo que os blocos contém algo, ou seja, dados inúteis (bloco do meio) (Felipe Vidal/Canaltech)
SSD com dados inúteis
Com alguns blocos ocupados de dados inúteis, os próximos arquivos são armazenados nos outros blocos totalmente vazios (verde superior) (Felipe Vidal/Canaltech)
SSD com cada vez mais dados inúteis
O usuário novamente apaga alguns arquivos e o processo se repete. Os dados desses blocos (vermelhos superior) armazenam mais dados inúteis (Felipe Vidal/Canaltech)
SSD apaga todos os dados
O SSD vai entender que precisa realmente apagar aqueles dados inúteis, pois começa a ficar difícil encontrar novos blocos vazios. Então, ele apaga aqueles blocos que antes tinham algum dado inútil para gerar em um espaço pronto para receber novas informações (Felipe Vidal/Canaltech)

E assim SSD e sistema operacional vão trabalhando, armazenando dados em blocos de fato vazios e marcando aqueles em que antes existia um dado útil como inútil — mas ainda ocupado. O problema é que chega um momento em que não há mais tantos blocos vazios para o armazenamento de novos dados, e isso começa a afetar o desempenho do componente e do computador como um todo.

Com os blocos cada vez mais comprometidos, aumenta o tempo em busca de um espaço vazio para armazenar dados; e quando os que estão livres não são suficientes, o sistema operacional inicia o processo de coleta de lixo, que faz uma pequena faxina no SSD, liberando a quantidade necessária de blocos para o armazenamento de novos dados.

Em outras palavras, isso acaba diminuindo a velocidade dos SSDs, fazendo com que o usuário pense que o componente está com problemas.

A importância do TRIM

É nesse contexto que o TRIM entra em ação. O TRIM é um comando para a interface ATA (Advanced Technology Attachment) que apareceu pela primeira vez no Windows 7. Quando um arquivo é excluído, em vez do SSD marcar seus dados como inúteis nos blocos, o comando TRIM apaga esses dados inúteis de forma automática em conjunto com a coleta de lixo.

Com isso, novas informações serão armazenadas no bloco sem a necessidade de procurar um espaço vazio nas memórias do SSD. Isso faz com que o tempo de gravação seja menor e o desempenho na gravação dos dados aumente.

O TRIM chega como um agente organizador que acaba com operações trabalhosas e demoradas demais (Imagem: Fábio Jordan/Canaltech)

No passado, o uso do TRIM fazia com que os SSDs tivessem uma vida útil menor. Isso porque esses aparelhos têm um “prazo de validade” medido em TBW (Terabyte Written, ou Terabytes Escritos), uma estimativa do número ciclos em terabytes (1.000 gigabytes) que o aparelho pode escrever, apagar e escrever novamente. Quanto mais vezes ele realiza esses ciclos, mais “perto” de estragar fica.

O problema é que o TRIM também apaga e escreve e faz com que novos dados sejam escritos, aumentando esse ciclo. Mas não se preocupe com isso. Hoje, os SSDs já têm um TBW bem alto e a ativação do comando não vai afetar o ciclo de vida do seu componente. Claro, todos os eletrônicos têm uma vida útil, mas você vai precisar de uns bons anos para acabar com essa resistência.

Como saber se meu SSD é compatível com o TRIM?

  1. Baixe o software CrystalDiskInfo;
  2. No instalador, clique em Concordo;
  3. Aperte o botão Avançar nas três vezes que for solicitado;
  4. Clique em Instalar;
  5. Por fim, vá em Concluir.

O CrystalDiskInfo será aberto logo após a instalação. O programa é bem simples e para saber se o TRIM está disponível no seu SSD, basta verificar se o comando aparece na aba Recursos Suportados.

O CrystalDiskInfo também é interessante para acompanhar a temperatura do SSD (Imagem: Captura de tela/Felipe Vidal/Canaltech)

Como ativar o TRIM?

  1. Pesquise por Prompt de Comando na barra de pesquisa do Windows;
  2. Quando o ícone aparecer, selecione a opção Executar como Administrador;
  3. Na tela que abrir, digite o comando “fsutil behavior set DisableDeleteNotify 0”, sem as aspas;
  4. Aperte Enter.
Em geral, o TRIM já vem ativado na maioria dos computadores (Imagem: Captura de tela/Felipe Vidal/Canaltech)

Como desativar o TRIM?

  1. Pesquise por Promp Commando na barra de pesquisa do Windows;
  2. Quando o ícone aparecer, selecione a opção Executar como Administrador;
  3. Na tela que abrir, digite o comando fsutil behavior set DisableDeleteNotify 1;
  4. Aperte Enter.
Embora não seja obrigatório, ao ativar ou desativar o comando pode ser melhor reiniciar a máquina (Imagem: Captura de tela/Felipe Vidal/Canaltech)

Com informações de Kingston e Crucial

Leia a matéria no Canaltech.

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