A Luna-25 seria a primeira missão lunar da Rússia em quase 50 anos, no entanto, durante uma descida de órbita no dia 19 de agosto a espaçonave acabou colidindo com a superfície da Lua e se destruindo. E agora fica a dúvida de qual será o futuro da exploração lunar para a Rússia.
Segundo Yuri Borisov, chefe da agência espacial Roscosmos, a principal causa imediata do fim prematuro da missão foi uma queima anormal dos motores, ao invés dos 84 segundos programados, o motor queimou por 127 segundos.
Antes do incidente, a órbita da espaçonave era de 100 quilômetros circulares acima da superfície e a manobra a colocaria em uma trajetória de 16 por 100 quilômetros, o que permitiria seu pouso no polo sul da Lua. No entanto, a queima do motor de mais de 50% do planejado colocou a Luna-25 muito mais próxima da superfície lunar do que o esperado.
A queima de redução do perigeu durou muito tempo, seja por falha no desligamento ou pelos engenheiros que o programaram incorretamente. Isso teria resultado em um perigeu abaixo do nível do solo. O momento da perda do sinal provavelmente marca quando ele atingiu a superfície.
Bob Christy, especialista espacial do site OrbitalFocus
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Problemas no programa espacial russo
Existe a hipótese de que a falha tenha sido causada por problemas com a orientação do computador e/ou problemas de controle do motor, de acordo Brian Harvey, autor e historiador espacial. A União Soviética foi a primeira a desenvolver sistemas bem sucedidos de descida automatizada, que foram aplicados nas missões Luna-16, 17, 20, 21 e 24, mas eles não parecem ter funcionado bem na Luna-25
Segundo Harvey esse foi o problema. Essa foi provavelmente uma missão que teve que começar praticamente do zero. A missão antecessora, a Luna-24, foi realizada em 1976, ainda no período soviético e os engenheiros por trás dela estão aposentados há muito tempo.
Além disso, a Rússia não possui quase nenhuma experiência em missões espaciais complexas nos últimos quase 50 anos, além dos observatórios Spektr R e Spektr RG. O país atualmente também conta com uma série de sanções e baixo investimento no setor espacial, ficando atrás de Estados Unidos, China, Europa e até mesmo Japão.
Esses problemas podem atrapalhar o futuro da parceria entre a China e a Rússia na Estação Internacional de Pesquisa Lunar, uma base na Lua planejada para estar funcionando em meados da década de 30. Esperar muitos anos para uma missão Luna-26 pode não encorajar os chineses.
A Rússia montou um comitê de investigação após o acidente com a Luna-25 e causas mais profundas devem levar mais tempo para serem descobertas.
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Fonte: Olhar Digital