Como qualquer componente eletrônico, processadores são projetados para operar em até certas temperaturas, que variam conforme o material e projeto estrutural dos chips. Contudo, trabalhar nos limites térmicos constantemente pode lentamente degradar transistores e outras peças, afetando a vida útil da CPU e interferindo diretamente no funcionamento a curto prazo.
Raramente um PC irá simplesmente parar de funcionar por trabalhar em temperaturas muito altas. No entanto, além de serem um sinal que algo está errado com o sistema, elas podem resultar em algumas situações bem inconvenientes. As mais comuns são os engasgos, quedas bruscas de desempenho — bastante perceptíveis em jogos — e até perda de dados, quase sempre resultando nas telas azuis.
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Qual é o limite térmico da CPU?
Cada fabricante define no projeto da CPU sua temperatura máxima de operação (Temperatura Máxima da Junção / Tj Max) e a partir de qual ponto (Temperatura da Junção) ele irá reduzir automaticamente a tensão de entrada (V) para evitar danos. A maioria dos processadores modernos trabalha com temperaturas de junção de 100°C, com a Tj Max variando entre 105°C e 110°C.
Em condições ideais, a maioria dos processadores irá trabalhar bem abaixo dos limites definidos pela fabricante, normalmente até 80 °C no caso de notebooks, e entre 50 °C e 80 °C em desktops — dependendo de quão bom for seu kit de arrefecimento. Ao menos essa é a realidade para modelos mais modestos como os Intel Core i5 e AMD Ryzen 5.
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Quando passamos para os processadores topo de linha, principalmente os Core i9 e Ryzen 9, o altíssimo desempenho esperado dos processadores depende que as frequências sejam bem altas, e para isso é preciso que as tensões de operação também sejam maiores. Por essa razão, é comum ver notebooks gamer poderosos com chips que operam constantemente a até 95°C durante a execução de softwares pesados com instruções muito complexas, e isto inclui os jogos.
No caso dos PCs de mesa, é mais raro — mas não impossível – ver CPUs atingindo as temperaturas de junção, exceto por situações isoladas, como em testes sintéticos.
O que ocorre ao operar em temperaturas muito altas
O problema mais comum decorrente das temperaturas muito altas é o thermal throttling, que literalmente é uma medida de segurança para evitar que o processador extrapole seus limites térmicos. Ao derrubar rapidamente a tensão de operação da CPU como uma trava de segurança, as frequências despencam e os usuários percebem os engasgos em jogos, ou leves travamentos ao abrir e fechar programas.
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Apesar de ser um inconveniente, o thermal throttling é bastante comum em PCs topo de linha que naturalmente operam no limite de suas voltagens. Ele só passa a ser um indicativo de problema quando se torna recorrente e em tarefas mais simples.
Vale lembrar que dados são cargas elétricas transitando entre bilhões de transistores extremamente pequenos e sensíveis. Por isso, qualquer alteração, por menor que seja, na estrutura de um ou mais componentes do sistema pode fazer com que algumas dessas cargas sejam registradas em setores errados de memória, ou se percam.
Eventos desse tipo geralmente resultam no encerramento do programa que estava sendo executado quando ocorreu a perda de dados, ou os crashes. Para softwares mais superficiais, como um jogo, o maior problema é a dor de cabeça de reiniciar o programa.
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Quando a falha no registro de dados por superaquecimento ocorre em programas essenciais, como no sistema operacional ou mesmo em instruções de operação de algum hardware, o resultado é quase sempre a Tela Azul da Morte. Vale lembrar que nem sempre um crash é resultado de superaquecimento, mas pode ser um indício que algo não está operando como deveria, então é prudente verificar as temperaturas com softwares apropriados.
Consequências a longo prazo
Caso se constate que o PC está realmente operando acima das médias de temperaturas esperadas, mesmo que ainda abaixo das temperaturas máxima e de junção, ignorar a situação quase sempre irá agravar o quadro. Ainda que se trate apenas de um sinal de algum componente de resfriamento falhando, o estresse extra por aquecimento degrada o processador aos poucos.
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Com isso, a tendência é que a CPU comece a consumir mais energia para realizar as mesmas operações, sobrecarregando reguladores de voltagem, controladores de memória e armazenamento e outros componentes. Operar nessas condições por períodos prolongados costuma levar o sistema a cortar totalmente a alimentação, causando desligamentos recorrentes e eventualmente resulta na queima de um ou mais componentes.
Nem sempre isso será uma sentença de morte para todo o PC, mas a queima de CPU por aquecimento quase sempre danifica a placa-mãe e frequentemente fonte de alimentação, devido ao estresse gerado sobre os reguladores e conectores. Tanto por isso é necessário estar sempre atento a possíveis sinais de aquecimento no dia a dia, utilizar sistemas eficientes para dissipar o calor do sistema e realizar manutenções regularmente como o gerenciamento de cabos, limpeza do gabinete e das ventoinhas — inclusive e especialmente em notebooks.
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Fonte: Puget Systems; Intel; Avast; Infineon