O Lado Bom de Ser Traída | Tem que melhorar muito pra ser ruim

Em “O Lado Bom de Ser Traída”, Babi (Giovanna Lancellotti) é uma contadora bem sucedida, trabalha numa grande empresa do ramo em São Paulo, namora seu sócio Caio (Micael Borges) e  tem também um melhor amigo e amiga na mesma empresa, Thiago (Bruno Montaleone) e Patty (Camilla de Lucas), respectivamente. Até aqui tudo bem, tá todo mundo apresentado. 

O filme começa já com uma cena de sexo entre Babi e Caio, o garotão tá um pouco cansado, a transa dura pouco minutos, ele acha que foi muito bem, ela fica com cara de sonsa, mas no final nada disso importa, pois eles vão casar. E ficam nessa de casamento, nos primeiros momentos. Ele vai viajar a trabalho e ela vai fazer a despedida de solteiro numa espécie de “clube das mulheres” (lugar onde homens dançam, fazem strip e entretém os frequentadores. Algo muito parecido com “Magic Mike).

Depois do show e de uma recusa de dança particular de um dançarino (que lembra muito o Channing Tatum), pois ela é fiel, rola uma abertura de presentes que ela ganhou das madrinhas e amigas em cima do palco. Um desses presentes que não tem assinatura, somente um cartão dizendo que ela vai amar a surpresa.

A protagonista abre o presente misterioso e, por meio de fotos, descobre que foi traída. Daí em diante, Babi vai praticar uma verdadeira revolução pessoal daquelas que vai no cabeleireiro mudar o visual, ficar femme fatale e esfregar na cara do ex-noivo que a vida ficou melhor!

O Lado Bom de Ser Traída | Tem que melhorar muito pra ser ruim

“O Lado Bom de Ser Traída” é um romance erótico escrito pela escritora paulista Sue Hecker, que tem mais de 16 milhões de leituras (a maioria dos seus livros são vendidos como ebooks) no Kindle, da Amazon. Esse foi o primeiro a ganhar uma adaptação pro streaming. 

A Netflix entendeu, há alguns anos, que títulos desse gênero fazem muito sucesso na plataforma, principalmente entre os brasileiros. Não à toa que alguma produção com conteúdo erótico sempre está entre os mais assistidos, não importando se é filme ou série. E a escolha dela em transformar um dos livros da autora que é referência nesse segmento foi acertada, o problema está mesmo no resultado do produto entregue. 

Ok, talvez a gente olhando só pras cenas de sexo isoladamente, o filme é muito bom. Elas são muito bem feitas, bem filmadas, tem uma fotografia espetacular, ainda mais pra quem transa em cima de uma mesa de cimento que fica na área externa de um resort, por exemplo. Mas o restante dá pra embrulhar, botar pra reciclagem e fingir que nunca existiu. 

O Lado Bom de Ser Traída | Tem que melhorar muito pra ser ruim

Não sei se o diretor Diego Freitas e sua produção leram o livro e decidiram conduzir o filme dessa forma ou se ele foi mal adaptado nos roteiros da Camila Raffanti, mas há uma série de problemas que derrubaram o filme. 

Há diversos furos de roteiro, um deles, por exemplo, é quando a Babi vende a moto pra ajudar nos custos do casamento e depois que ela é traída, decide entrar num clube de motoqueiros e aparece com quê? Isso mesmo, outra moto muito parecida com a anterior do NADA!

Apesar do talento da Giovanna Lancellotti, Micael Borges e de boa parte do elenco, levar um filme desses nas costas é impossível. Os diálogos são robóticos, os clichês são deprimentes e a trama fica sem pé nem cabeça em diversos momentos. Assistí-lo até o final é uma missão digna dos Vingadores.

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Existem diversas formas de se adaptar um filme, mas aqui a Netflix escolheu fazer a pior delas. Há no cinema filmes ruins e filmes péssimos, “O Lado Bom de Ser Traída” não está em nenhuma dessas categorias. Pra isso acontecer ainda tem que melhorar muito, mas MUITO! 

“O Lado Bom de Ser Traída” está disponível na Netflix.

Fonte: www.proibidoler.com

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