Chegamos a mais um fim de semana e, como de costume, o Canaltech traz um compilado das notícias mais quentes sobre o espaço sideral. Entre elas, sinais de rádio muito suspeitos foram encontrados na busca por vida inteligente fora da Terra. Será que finalmente descobriremos se estamos acompanhados no universo?
Além disso, você ouvirá o som de uma das estrelas mais incríveis do universo e saberá como foi a observação do cometa C/2022 E3 ZTF promovida pela USP.
O som da estrela RS Puppis
O projeto SYSTEM Sounds, especializado em produzir sofinicações de objetos do unvierso, divulgou o áudio da estrela RS Puppis, uma das mais incríveis da Via Láctea. A sonificação consiste em usar os dados dos corpos espaciais coletados por telescópios e associar cada trecho a um som específico. O resultado é uma verdadeira sinfonia cósmica.
No caso da “música” de RS Puppis, localizada a cerca de 6.500 anos-luz de nós, os dados são capturados pelo telescópio Hubble. Ela é uma estrela que aumenta e diminui seu brilho ao longo de ciclos de seis semanas. As conversões dos dados em sons ajudam os cientistas a identificar detalhes a mais, além de serem importantes para a acessibilidade de deficientes visuais.
Os 8 sinais suspeitos na busca por aliens
A equipe do projeto Breakthrough Listen usou uma inteligência artificial para “peneirar” milhares de dados em sinais de rádio coletados pelo Green Bank Telescope (GBT). O objetivo era encontrar ondas que pudessem ter sido produzidas artificialmente por tecnologias, separando-as daquelas emitidas naturalmente por estrelas, galáxias e outros objetos cósmicos.
No fim da pesquisa, a equipe obteve oito sinais completamente estranhos, que não estavam lá quando comparado com dados da mesma região em outras campanhas de observação, realizadas em datas diferentes. Os pesquisadores querem refinar a IA e ensiná-la a procurar por outros possíveis tipos de tecnoassinaturas.
A observação do “cometa verde” na USP
Na sexta-feira (10), o Parque de Ciência e Tecnologia (CienTec) da Universidade de São Paulo (USP) realizou uma observação do cometa C/2022 E3 ZTF, também conhecido como “cometa verde”.
Os visitantes puderam testemunhar a passagem do cometa bem pertinho de Marte, além de uma conjunção entre a Lua, Júpiter e Vênus.
O exoplaneta encontrado orbitando duas estrelas
Os astrônomos já conheciam o exoplaneta TOI-1338 b, um mundo com 33 massas terrestres na órbida da estrela binária TOI-1338, mas agora encontraram outro: um gigante gasoso com mais de 60 massas terrestres e período orbital de 215 dias.
Batizado como TOI-1338/BEBOP-1c, o planeta orbita a dupla de estrelas localizada a cerca de 1.300 anos-luz de nós na constelação Pictoris, o Pintor.
A mudança do local de pouso de missão à Lua
A missão da Astrobotic à Lua mudou de local de pouso: agora, o módulo Peregrine será enviado Domos de Gruithuisen. A alteração se deu graças ao sucesso da missão Artemis I, da NASA, que deu aos pesquisadores confiança o suficiente para encarar o desafio de pousar em uma região tão difícil.
Uma das tarefas do Peregrine será levar cargas úteis à superfície lunar, além de estudar os mistérios de Domos de Gruithuisen, onde há um antigo fluxo de lava solidificado. Anteriormente, o local de pouso foi definido para Lacus Mortis.
O lixo espacial gerada por satélite russo destruído
Um satélite da Rússia se desintegrou na órbita da Terra e deixou mais de 85 pedaços de tralha espacial. Ele foi destruído no dia 3 de janeiro e a nuvem de detritos agora orbita o planeta a 1.169 km de altitude. Ainda não há informações sobre a causa da destruição do satélite, que já havia encerrado suas operações.
Na época de seu lançamento, houve especulações de que talvez se tratasse de teste de tecnologias para perseguição e até ataques a outros satélites. A agência espacial russa Roscosmos, no entanto, explicou que ele foi usado para fins pacíficos e pesquisas.
A tentativa de detectar ondas gravitacionais nunca vistas antes
Ondas gravitacionais de colisões envolvendo estrelas de nêutrons e buracos negros já foram encontradas pelos detectores, mas aquelas geradas por eventos menores ainda não foram observadas. Essas ondas mais sutis e difíceis de detectar possuem uma frequência inferior às demais.
Uma equipe procurou por tais ondas que, segundo a teoria, podem ser emitidas por uma estrela de nêutrons “roubando” matéria de sua companheira. Infelizmente, eles não conseguiram detectar essas ondas gravitacionais, mas puderam usar o estudo para refinar as propriedades daquilo que estão buscando. A próxima campanha de observação será em maio.
As 12 novas luas de Júpiter
Uma equipe de astrônomos descobriu 12 novas luas ao redor de Júpiter, que agora se juntam à coleção de 80 detectadas até então. Os novos corpos foram observados entre 2021 e 2022 até que fosse comprovado que, de fato, se tratam de luas ainda não descobertas.
Com cálculos, os cientistas determinaram as órbitas dos objetos: eles levam mais de 340 dias terrestres para orbitar o gigante gasoso. Além disso, são todos pequenos e nove deles têm órbitas retrógradas (giram em direção oposta à da rotação de Júpiter).
O meteorito raro encontrado pelo Curiosity em Marte
O rover Curiosity encontrou um meteorito de ferro com cerca de 30 centímetros, formado principalmente por níquel e ferro. Essa composição é encontrada no tipo mais raro de rocha espacial: apenas 6% dos já observadas se enquadram nessa categoria.
Objetos como este, em sua maioria, vem de planetesimais, ou seja, corpos que poderiam ter evoluído para planetas, mas não o fizeram.