O céu não é o limite! | Objeto ultraluminoso, efeito quântico, rio em Marte e+

Objetos brilhando mais do que a física permite, efeitos quânticos inéditos, um vestígio de rio encontrado em Marte pelo Perseverance — esses são apenas alguns dos assuntos que ganharam destaque nesta semana.

Confira abaixo o resumo das principais notícias da semana e fique por dentro do que está agitando o universo da astronomia.

Brilho que deixou os astrônomos chocados

Objetos cósmicos podem ser extremamente brilhantes, mas para tudo há limites. No caso da luminosidade de corpos celestes, existe até um nome para isso: limite de Eddington, que nenhum objeto deveria ultrapassar.

Entretanto, sem saber que era impossível, a fonte de raios X chamada M82 X-2 ultrapassou o limite de Eddington e deixou os cientistas assombrados. Desde a descoberta, alguns estudos propuseram explicações, incluindo a hipótese de tudo se tratar apenas de uma ilusão de ótica.

Um novo artigo, no entanto, mostra que este não é o caso. A proposta dos autores é que os responsáveis por esse fenômeno inédito são os campos magnéticos da estrela de nêutrons, localizada no centro do objeto, estão “deformando” os átomos, permitindo que os fótons de luz emitidos pelos átomos se acumulem na região. Interessante, não?

O efeito quântico nunca observado antes

Por falar em fenômenos inéditos, os cientistas encontraram em um magnetar (um tipo de estrela de nêutrons) um efeito quântico de metamorfose do fóton, algo nunca visto antes. Isso já era previsto pela eletrodinâmica quântica, mas nunca havia sido observada antes.

Segundo o estudo, os raios X emitidos pelo objeto chamado 4U 0142+61 estavam polarizados (a polarização acontece quando partículas têm uma mesma orientação; neste caso, as partículas são os fótons portadores dos raios X) de um jeito bem diferente: os raios-X de alta energia formavam um ângulo de 90 graus com a polarização dos raios-X de baixa energia.

Os vestígios de um rio em Marte

Sim, já existem vários sinais convincentes de que Marte possuiu rios em sua superfície, mas todas as novas pistas são muito bem-vindas à coleção. Dessa vez, o rover Perseverance fez novas fotos de uma região já conhecida por talvez ter abrigado um rio forte, há muito tempo. Elas podem ser vistas do espaço, mas só agora foram visualizadas de perto.

Com as novas fotos da área chamada Pinestand, os cientistas observaram camadas em rochas que provavelmente se formaram por um forte fluxo de água. Na imagem acima, podemos observar as camadas em fileiras, talvez antigas ilhas de sedimentos que sofreram erosão ao longo do tempo. Note como algumas delas se curvam para cima — elas chegam até a 20 metros de altitude!

A atmosfera e temperatura de um planeta misterioso

O exoplaneta GJ 1214 b é um subnetuno, uma classe de mundos maiores que a Terra e menores que Netuno. Ele é um tanto misterioso porque está coberto por uma névoa que esconde sua atmosfera, mas, felizmente, os astrônomos têm o poder do James Webb em suas mãos. Com ele, foi possível observar além da névoa do planeta e foi encontrada uma atmosfera de vapor por lá.

Localizado a 48 anos-luz, o planeta está bem próximo de nós e é altamente reflexível; isso significa que sua atmosfera consegue refletir o calor de sua estrela para manter o GJ 1214 b mais frio. O novo mapa de temperatura mostra sinais de que o planeta pode ter atmosfera formada por moléculas como água ou metano.

A nova medição da energia escura do universo

Um novo estudo sugere que pode existir mais matéria escura no universo do que se pensava. Os cálculos anteriores afirmavam que cerca de 68% do cosmos era composto dessa energia misteriosa, mas um novo estudo usou aglomerados de galáxias e concluiu que a energia escura representa 76% do universo.

Ninguém sabe ainda o que é a energia escura, nem se realmente se trata de uma energia, no sentido que conhecemos — este é apenas o nome dado à força responsável pela expansão acelerada do universo. Calcular quanto dela existe “lá fora” é importante para, um dia, cientistas finalmente descobrirem do que ou como ela é feita.

A “Barbie Assustadora”

Essa Barbie é um buraco negro! E ele, ou melhor, a matéria ao seu redor está brilhando tanto que os astrônomos chamaram o evento de “absurdo” e o apelidaram de Scary Barbie (Barbie Assustadora, em tradução livre). O motivo do brilho é sua alimentação atual.

O buraco negro está devorando uma estrela, puxando sua matéria com tamanho poder gravitacional que a refeição se esticou como um chiclete. Esse fenômeno é conhecido como espaguetificação, porque também a matéria esticada se parece com uma macarronada. Isso é bastante comum no universo, mas a Barbie Assustadora está nesse processo há mais de dois anos, o que não é algo normal.

O “livro” em Marte

O rover Curiosity encontrou uma rocha em Marte que lembra o formato de um livro aberto. Não, não existe uma biblioteca por lá, é apenas uma formação rochosa provavelmente moldada por um antigo rio. Além disso, ela é muito pequena para caber uma história que possamos ler: tem apenas 2,5 cm de extensão.

Rochas com formatos peculiares que lembram objetos da Terra já foram encontradas antes em solo marciano, causando certas polêmicas. O fenômeno responsável por isso se chama pareidolia e faz com que nossa mente associe formatos abstratos, como aqueles das nuvens ou das rochas, a coisas familiares do nosso dia-a-dia.

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