O céu não é o limite! | Asteroide perto da Terra, idade de galáxia primordial e+

Nesta semana, a passagem do asteroide 2023 BU deu o que falar: durante a “visita”, a rocha espacial ficou a apenas 3.600 km da supefície do nosso planeta, sem oferecer riscos para nós. Entre outros assuntos que se destacaram, estão as mudanças (ou não) do movimento do núcleo da Terra, novas descobertas vindas de observações do telescópio James Webb, uma cratera para lá de simpática em Marte e muito mais.

Confira abaixo:

Movimento do núcleo da Terra desafia cientistas

Um estudo de pesquisadores da Universidade Peking, da China, trouxe resultados que chamaram a atenção da comunidade científica e do público. O estudo sugere que o núcleo interno da Terra, uma estrutura do tamanho de Plutão, teria parado de girar acompanhando o sentido de rotação do restante do planeta.

A questão é complexa até mesmo entre os cientistas, que não entraram em um consenso sobre o que está acontecendo nas profundezas da Terra. Alguns, inclusive, rebatem a afirmação — uma vez que a linguagem científica muitas vezes é interpretada erroneamente entre leigos. Mesmo assim, é certo que as mudanças na rotação do núcleo não vão causar mudanças perceptíveis para nós, que vivemos na crosta terrestre.

Asteroide ficou a 3.600 km da Terra

Na quinta-feira (26), o asteroide 2023 BU fez sua aproximação máxima da Terra. Durante a passagem, o objeto ficou a apenas 3.600 km da superfície do nosso planeta — para comparação, considere que ele ficou mais perto que alguns dos satélites geoestacionários na órbita terrestre!

Pode respirar aliviado, já que a “visita” da rocha espacial não foi motivo de preocupação. Após várias análises de sua órbita e dimensões, os cientistas concluíram que ele não representa riscos para a Terra — e, mesmo que estivesse a caminho de uma colisão, ele é tão pequeno que provavelmente acabaria queimado durante a passagem pela atmosfera.

Operações de instrumento do James Webb são suspensas

Em 15 de janeiro, o instrumento Near Infrared Imager and Slitless Spectrograph (NIRISS), do telescópio James Webb, sofreu um atraso de comunicação. Ele conta com quatro modos de operação e pode ser usado de diferentes formas, atuando como uma câmera quando os demais instrumentos estão ocupados, procurando galáxias distantes e mais.

O NIRISS foi desenvolvido graças a uma parceria entre a NASA e a agência espacial canadense CSA, e os membros de ambas estão investigando o que aconteceu. Com o ocorrido, as operações científicas do instrumento estão temporariamente suspensas.

Para onde vão as ondas criadas por ventos solares?

A Terra conta com um campo magnético, uma “bolha” complexa e dinâmica que nos protege da radiação cósmica e de partículas eletricamente carregadas. Algumas destas partículas vêm do Sol e, quando encontram o campo, causam pequenas oscilações. Entretanto, os cientistas notaram algo intrigante: essas ondulações pareciam escapar da magnetosfera, a área sob influência do campo magnético.

Para investigar este mistério de décadas, cientistas investigaram uma hipótese elaborada na década de 1970, que sugeria uma conexão entre a região de choque, formada pelas interações entre a magnetosfera e o vento solar, e a região conhecida como “antechoque”, onde tempestades solares também ocorrem.

“Catálogo” dos compostos em região formadora de estrelas

Uma equipe de astrônomos usou o telescópio James Webb para examinar a nuvem molecular Camaleão I, localizada a cerca de 631 anos-luz de nós. Ali, há uma região formando estrelas a todo vapor — e, além das estrelas em formação, ela guarda também diferentes moléculas essenciais para a vida como conhecemos.

Os dados do telescópio revelaram água, dióxido de carbono, metano, amônia e até metanol, a mais simples das moléculas orgânicas complexas. A identificação da molécula sugere que as estrelas e planetas que nascerem ali terão moléculas em estado químico relativamente avançado.

A luz desta galáxia tem quase 97% da idade do universo

No ano passado, o telescópio James Webb rendeu a descoberta de um possível grupo de galáxias primordiais — uma delas era a galáxia GLASS-z12, que pareceu existir 350 milhões de anos após o Big Bang. Na época, os pesquisadores que anunciaram a descoberta destacaram que novas observações eram necessárias para confirmar a idade das galáxias.

Pois bem, as novas observações aconteceram. Com o radiotelescópio ALMA, no Chile, pesquisadores confirmaram que a luz emitida por GLASS-z12 tem quase 97% da idade do universo, o que confirma a existência das galáxias primordiais descobertas pelo Webb.

Mais uma cratera “diferentona” em Marte

A sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA, encontrou uma cratera divertida em Marte: enquanto orbita o planeta vizinho, ela identificou uma cratera com formato que lembra a cabeça de um urso. O “urso marciano” vem da pareidolia, o fenômeno através do qual o cérebro humano associa formas abstratas àquelas que são familiares para nós.

Ainda não se sabe ao certo como a cratera foi formada, mas é possível que o padrão circular venha do material depositado sobre uma cratera de impacto. Já o “nariz” pode ser alguma abertura vulcânica.

Mudanças nos satélites Starlink

Não é de hoje que os satélites Starlink, da SpaceX, levantam preocupações para a comunidade astronômica: desde 2019, quando os primeiros foram lançados, cientistas chamam a atenção para as interferências que causam em observações astronômicas. Agora, a empresa fechou um acordo com a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos (NSF, na sigla em inglês) para resolver o problema.

A SpaceX concordou em adotar diferentes medidas para reduzir os efeitos dos satélites, como painéis solares para reduzir o brilho, revestimentos que diminuam a luz refletida por eles e mais. Além disso, a empresa se comprometeu também a trabalhar junto das instalações de radioastronomia afetadas.

Outras matérias que valem a pena:

Fonte

Mostre mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor desativar seu adblock para continuar!