Chegamos a mais um fim de semana e, com ele, o resumo das principais notícias astronômicas: um asteroide binário chegando perto da Terra (mas não o suficiente para nos ameaçar); uma campanha da NASA para enviarmos nossos nomes à lua Europa, de Júpiter; a confirmação da descoberta da galáxia mais distante já observada; e muito mais.
Confira e fique por dentro dos assuntos que ganharam mais destaque.
O asteroide binário potencialmente perigoso
Um asteroide binário — ou seja, dois asteroides que orbitam o mesmo centro gravitacional — está se aproximando da Terra e ficará à sua distância mínima de nosso planeta neste domingo (11). Com cerca de 450 m de diâmetro, ele é considerado potencialmente perigoso, mas a distância durante essa aproximação é segura, pelo menos até os próximos 100 anos.
Nessa aproximação, ele ficará a 3,1 milhões de quilômetros do nosso planeta, às 21h53, e você pode acompanhar a passagem em uma transmissão ao vivo do The Virtual Telescope.
A “mensagem na garrafa” à lua Europa, de Júpiter
Em mais uma iniciativa para engajar o público geral nas suas missões, a NASA convida todos a enviar uma mensagem na espaçonave Europa Clipper, que será lançada ano que vem. A ideia é simples: os nomes dos participantes vão ser gravados em um microchip, que será enviado no lançamento rumo à lua joviana.
Além disso, Ada Limón, poeta norte-americana laureada, compôs uma poesia que vai ser escrita com sua própria letra, numa placa que vai ficar na sonda Europa Clipper. Para enviar seu nome, basta acessar o site da missão até o fim do ano e preencher um formulário com nome, sobrenome e outras informações.
A galáxia mais distante já confirmada
É oficial: a galáxia JD1, observada pelo James Webb em 2022, é a galáxia mais antiga já vista no universo primordial. Ela apareceu em uma imagem do aglomerado de galáxias MACS0647, que formou uma lente gravitacional para amplificar as galáxias de fundo.
Localizada a cerca de 13,3 bilhões de anos-luz de distância, a JD1 faz parte da primeira geração de galáxias, ou seja, de quando o universo tinha apenas 4% da idade atual.
As moléculas orgânicas em uma galáxia antiga
Com o mesmo método de observação de lentes gravitacionais, o telescópio James Webb também revelou moléculas orgânicas em uma galáxia bem antiga, chamada SPT0418-47. Graças ao fenômeno de lente, sua luz foi amplificada em quase 30 vezes e os astrônomos puderam observar em detalhes a luz emitida menos de 1,5 bilhão de anos após o Big Bang.
O Webb foi tão detalhista nessa observação que acabou detectando o gás interestelar da galáxia, permitindo aos cientistas identificarem uma riqueza de elementos pesados (aqueles além do hidrogênio e hélio). Isso é um indício de que várias gerações de estrelas nasceram e morreram por lá, há quase 12 bilhões de anos. Por fim, eles encontraram algumas moléculas consideradas os blocos básicos para a formação da vida.
O avião espacial Dream Chaser Sierra Space
O avião espacial Dream Chaser, da Sierra Space, foi ativado para testes com simulações das condições orbitais. O objetivo foi checar o fornecimento de energia dos painéis solares do veículo, os computadores de voo, processadores de base e unidades de distribuição energética.
Os testes foram um sucesso e a empresa está confiante que, em breve, o Dream Chaser será uma ótima opção de veículo autônomo e reutilizável para o transporte de cargas a destinos como a Estação Espacial Internacional.
A nova imagem da supernova mais próxima da Terra
A supernova SN 2023ixf, que explodiu recentemente em um dos braços espirais da Galáxia do Cata-vento (M101), ganhou uma nova imagem incrível do observatório Gemini Norte, do NOIRLab. Confira:
Descoberta pelo astrônomo amador Koichi Itagaki, esta supernova Tipo II é a explosão de uma estrela massiva que colapsou após encerrar seu ciclo de fusão nuclear. Por ser a supernova mais próxima da Terra nos últimos cinco anos, os astrônomos já concentram esforços para estudá-la e decifrar os processos de uma explosão estelar em detalhes.
A origem do vento solar rápido desvendada
Após se aproximar do Sol o suficiente, a sonda Parker Solar descobriu a causa do vento solar rápido, que envia partículas a velocidades até 100 vezes maiores do que a média do vento solar “normal”. O fenômeno ocorre devido às reconexões magnéticas, um processo no qual as linhas de campos magnéticos no Sol se rompem e se conectam novamente.
Tudo acontece em buracos coronais, onde as partículas formam estruturas parecidas com grandes funis. Segundo os dados da sonda, esses funis se rompem quando os campos magnéticos se sobrepõem a eles e realizam a reconexão magnética. Então, as partículas são liberadas como uma espécie de estilingue.