Netflix teve aumento de assinaturas após cobrança extra nos EUA

A Netflix teve um aumento em novas assinaturas nos Estados Unidos após anunciar novas regras de cobrança extra por compartilhamento de senha em 23 de maio, segundo informações da empresa Antenna, que registra dados sobre serviços por assinatura. A plataforma de streaming conseguiu os melhores quatro dias em novas contratações desde que a empresa de monitoramento começou a coletar os dados, desde janeiro de 2019. Também há crescimento de cancelamento, porém o saldo continua positiva para o serviço.

As novas regras contra o compartilhamento de senhas da Netflix foram aplicadas em mais de 100 países, entre eles o Brasil, onde os órgãos de defesa do consumidor PROCON de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina estão pedindo esclarecimentos à Netflix.

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1 de 3 Nos Estados Unidos, Netflix conseguiu aumentar o número de assinantes com novas medidas — Foto: Fernando Braga/TechTudo

Nos Estados Unidos, Netflix conseguiu aumentar o número de assinantes com novas medidas — Foto: Fernando Braga/TechTudo

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O relatório divulgado pela empresa Antenna afirma que a Netflix teve seus quatro melhores dias em matéria de novas assinaturas dos últimos quatro anos e meio, período em que começaram a coletar os dados. Este pico superou até mesmo o de março e abril de 2020, causado pela quarentena do Covid-19. Durante os dias 26 e 27 de maio, a empresa registrou quase 100 mil novos assinantes, com uma média diária de 73 mil nos quatro dias seguintes às novas regras.

Comparado aos 60 dias anteriores, este dado representa um crescimento de 102% em novas assinaturas. Porém, a taxa de cancelamentos também subiu, mas não na mesma intensidade. A proporção entre assinaturas e cancelamentos aumentou 25,6% comparada com o mesmo período. Isso resulta um saldo positivo para a Netflix.

2 de 3 Gráfico mostra o pico de novos assinantes da Netflix dias após o anúncio das novas medidas para combater o compartilhamento de senhas — Foto: Reprodução/Antenna

Gráfico mostra o pico de novos assinantes da Netflix dias após o anúncio das novas medidas para combater o compartilhamento de senhas — Foto: Reprodução/Antenna

Pesquisa indica crescimento

Segundo o insider da indústria Matthew Fox, uma análise de instituição financeira JPMorgan estima que 33 milhões de famílias irão se converter em clientes pagantes da Netflix até o final de 2025. Em uma pesquisa do banco de investimentos Jefferies Group, 62% dos entrevistados afirmaram que, com as novas regras de compartilhamento de senha, iriam parar de usar o serviço ao invés de fazer uma nova assinatura própria. A hashtag #CancelNetflix chegou a ganhar tração no Twitter na época, com postagens que ultrapassavam os 50 mil likes. A insatisfação dos usuários brasileiros também foi expressada em muitos memes e postagens engraçadas na internet.

Em uma carta para investidores em janeiro de 2023, a Netflix afirmou que, a curto prazo, esperava uma reação de cancelamento de assinaturas. Porém também afirmava que, a longo prazo, teria novas assinaturas e a adição de membros extras às contas, o que aumentaria a receita e seria o objetivo da mudança.

3 de 3 Netflix instaurou novas regras para compartilhamento de senha que limitam uso em uma única residência — Foto: Reprodução/Netflix

Netflix instaurou novas regras para compartilhamento de senha que limitam uso em uma única residência — Foto: Reprodução/Netflix

Novas regras contra o compartilhamento de senhas

As novas regras contra o compartilhamento de senhas estão valendo em mais de 100 países. Segundo a Netflix, o serviço deve ser usado em uma única residência e engloba todas as pessoas nela. Para uma pessoa de outra casa utilizar a conta, é preciso que o assinante pague uma taxa. Em casos de viagens, é possível autorize temporariamente o novo dispositivo ao receber um código em sua conta principal.

Nos Estados Unidos, o valor para contratar um visitante extra custa US$ 8 (em torno de R$ 39 pelo câmbio atual), enquanto no Brasil essa taxa é de R$ 12,90. Para combater o compartilhamento de senhas, em novembro de 2022, a empresa também lançou um plano individual com anúncio que custa US$ 6,99 (por volta de R$ 34), disponível por R$ 18,90 no Brasil.

No Brasil, os órgãos de defesa do consumidor PROCON de estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná têm pedido esclarecimentos à empresa sobre a nova cobrança. O PROCON-SC de Santa Catarina já se pronunciaram que a mudança fere o Código de Defesa do Consumidor e instaurou uma medida cautelar para garantir que clientes continuem compartilhando senhas sem cobranças adicionais. Também foi estipulada a aplicação de uma multa de R$ 500 por cada reclamação aberta no órgão sobre o assunto até esclarecimentos.

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