Mulher procura polícia após moradores inventarem que ela sofreu estupro coletivo

Uma mulher, de 29 anos, foi exposta nas redes sociais com fotos e comentários de que havia sido vítima de um estupro coletivo em Corumbá, cidade a 428 quilômetros de Campo Grande. O crime, no entanto, nunca ocorreu e quem desmentiu a história foi a própria vítima da fake news, que procurou à polícia pedindo uma investigação após os moradores da cidade inteira saírem repercutindo a mentira.

Os boatos começaram depois que a mulher deu entrada no pronto-socorro da cidade, na madrugada do dia 07 de junho, com sangramento intenso, após ter tido relações sexuais com o namorado. Ela foi internada na Santa Casa e depois disso, começaram a circular nas redes sociais várias publicações, inclusive com fotos dela, que diziam que ela teria sofrido estupro coletivo. Mas o suposto crime nunca ocorreu, garantiu a vítima à delegada Tatiana Zyngier, titular da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Corumbá.

Abalada, a moradora procurou a delegada via WhatsApp depois que a mentira virou o assunto do momento na cidade. Ela acusa os funcionários da Santa Casa de negligência, uma vez que, segundo a vítima, as informações falsas partiram após o atendimento recebido na unidade. “Quando tivemos conhecimento dessas ‘informações’ se espalhando na cidade, procuramos a vítima, que estava em casa, em repouso, se recuperando. Ela informou que nada daquilo que estava circulando pelas redes sociais era verdadeiro. Que as lesões teriam acontecido em razão de uma relação sexual com o namorado dela e que isso teria sido exposto por funcionários do hospital de forma grave e mentirosa sobre a intimidade dela. Na verdade não houve crime de estupro, como relatado pela própria vítima, mas sim, uma grave difamação”, explicou a delegada ao site Diário Corumbaense.

Com a ajuda da delegada a moradora registrou um boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Corumbá, na esperança de tentar identificar os autores da fake news.

“Essa difamação tomou uma proporção imensa, tanto é que envolveu nome de pessoas, como vereadores, pessoas conhecidas na sociedade de Corumbá, e, que, segundo relatos da vítima, não tiveram absolutamente nada a ver com isso, até mesmo porque, garantiu que nada disso aconteceu. Ela está extremamente abalada e vai buscar a reparação desse dano pelos meios legais”, completou a delegada, que também deve intimar a equipe que estava de plantão naquela madrugada no hospital.

Procurado pela reportagem do jornal Diário Corumbaense, Milton Carlos de Melo, presidente da junta interventora da Santa Casa de Corumbá, informou que até o momento, o hospital não foi notificado, mas garantiu que, “assim, que for, será apurado administrativamente o fato e os envolvidos serão punidos na forma da lei”.