Segundo testemunha, com uma mão vítima tentava rastejar para o lado de fora e com a outra segurava o sutiã
Uma mulher, de aproximadamente 40 anos, foi encontrada muito machucada e sem roupa em prédio onde funcionava a Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar), no Bairro Tiradentes, em Campo Grande. A suspeita é que ela tenha sido espancada a estuprada, mas a vítima estava tão ferida no rosto, que não conseguia falar.
Ela foi levada pelo Corpo de Bombeiros para a Santa Casa de Campo Grande, depois que moradores do bairro chamaram o socorro.
Quem conta a história é o monitor de brinquedos, de 52 anos, que pediu que não revelar o nome. Ele narra estava chegando em casa quando um catador de recicláveis, que passava pela Rua Barão de Ubá, avisou ao vizinho dele que tinha visto a mulher ferida. “Ele disse assim: ‘Largaram uma mulher machucada lá dentro, acho que ela morreu’. Eu e meu vizinho fomos olhar”, relatou.
O homem relata ainda que encontrou a mulher caída em um dos cômodos do prédio abandonado. Com uma mão ela tentava rastejar para o lado de fora e com a outra segurava o sutiã contra os seios, a única peça de roupa que “vestia”, mas que também estava rasgada.
Os dois chamaram a PM (Polícia Militar), que chegou rapidamente ao local e pediu ajuda aos bombeiros.
A vítima foi levada para a Santa Casa de Campo Grande, onde ainda está recebendo os primeiros atendimentos. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, a paciente, a princípio moradora de rua, sofreu politraumatismos e passará por exames. Ela está consciente, porém, confusa.
Alvo do Gaeco – A Omep, na esquina da Barão de Ubá com a Rouxinóis, fechou as portas logo depois que foi alvo da Operação Urutau, desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em 2016 e que investigou a prática de improbidade administrativa, crimes de falsidade ideológica, peculato, lavagem de capitais e associação criminosa.
A investigação apontou que a Omep firmava convênios com a Prefeitura de Campo Grande pelos quais eram contratados funcionários terceirizados para atuar em diferentes setores da administração municipal sem concurso. A Justiça determinou o rompimento dos repasses de dinheiro público à entidade.
O imóvel está penhorado e deve ser levado à leilão, mas enquanto isso, segundo moradores, virou esconderijo para usuários de drogas.