PIB variou 0,1% no terceiro trimestre

A atividade econômica no terceiro trimestre ficou praticamente estável na comparação com os três meses anteriores. Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) – soma dos bens e serviços finais produzidos pelo país – variou 0,1% no período.

O dado aponta para uma forte desaceleração econômica. No primeiro trimestre, o PIB havia crescido cresceu 1,4% e no segundo, 1%.

O indicador, entretanto, veio melhor que as expectativas de instituições como Itaú, XP Investimentos e Bradesco, que projetavam retração de 0,2% ou 0,3%. Também superou ligeiramente a projeção do próprio governo – no mês passado, o Ministério da Fazenda havia reduzido de 0,1% para 0% sua projeção para o PIB do terceiro trimestre.

Dois dados que costumam ser lidos como prévias do PIB apontavam para desempenho estável ou negativo no terceiro trimestre. O Monitor do PIB da FGV falava em estagnação, ou seja, crescimento zero. E o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) havia recuado 0,64% na passagem do segundo para o terceiro trimestre.

Com o resultado divulgado nesta terça-feira (5), o PIB voltou ao maior patamar da série histórica. O nível atingido ao fim do terceiro trimestre também era 7,2% superior indicador do quarto trimestre de 2019, último período antes da pandemia de Covid-19.

Desempenho setorial

Os serviços e a indústria avançaram 0,6% na comparação com o segundo trimestre, enquanto a Agropecuária recuou 3,3%.

Nas atividades industriais, houve variações positivas das indústrias extrativas (0,1%) e das indústrias de transformação (0,1%). Já a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos cresceu 3,6% e a construção recuou 3,8%.

Nos serviços, houve variação positiva em: atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,3%), atividades imobiliárias (1,3%), informação e comunicação (1,0%), outras atividades de serviços (0,5%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%) e comércio (0,3%). Por outro lado, a atividade de transporte, armazenagem e correio recuou 0,9%.

Pelo lado da despesa, a formação bruta de capital fixo, que mede o investimento das empresas, caiu 2,5% frente ao trimestre anterior. É a quarta queda consecutiva desse indicador.

“É um reflexo da política monetária contracionista, com queda na construção e também na produção e importação de bens de capital. Todos os componentes que mais pesam nos investimentos caíram neste trimestre”, diz a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

O consumo das famílias subiu 1,1% e a de consumo do governo variou 0,5%. “O crescimento do consumo das famílias é explicado por alguns fatores, como os programas governamentais de transferência de renda, a continuação da melhora do mercado de trabalho, a inflação mais baixa e o crescimento do crédito. Por outro lado, apesar de começarem a diminuir, os juros seguem altos e as famílias seguem endividadas. Houve também a queda no consumo de bens duráveis”, destaca a coordenadora.

No setor externo, enquanto as exportações de bens e serviços avançaram 3,0%, as importações de bens e serviços recuaram 2,1% em relação ao segundo trimestre de 2023.

Comparação com 2022

Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB apresentou crescimento de 2,0% no terceiro trimestre de 2023.

A agropecuária cresceu 8,8% em relação a igual período de 2022, principalmente com o desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no terceiro trimestre, tais como: milho (19,5%), cana-de-açúcar (13,1%), algodão herbáceo (12,5%) e café (6,9%). Também houve contribuição positiva das estimativas para a pecuária no período analisado.

A indústria registrou alta de 1,0%. Dentre suas atividades, o melhor resultado veio de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (7,3%), favorecida pelo maior consumo de eletricidade, principalmente residencial, e pelas bandeiras verdes do ano. As indústrias extrativas também cresceram (7,2%) por conta da alta da extração de petróleo e gás. Já a construção recuou (-4,5%) no período.

Essa queda é explicada pelas retrações da ocupação e da produção dos insumos típicos dessa atividade. Também houve queda das indústrias de transformação (-1,5%), cujo resultado foi influenciado, principalmente, pela retração da máquinas e equipamentos, produtos químicos, indústria automotiva e metalurgia.

O PIB dos serviços subiu 1,8% frente ao mesmo período de 2022, com destaque para a alta de atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (7,0%). Também tiveram altas: atividades imobiliárias (3,6%), informação e comunicação (1,6%), transporte, armazenagem e correio (1,6%), Outras atividades de serviços (1,1%), comércio (0,7%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%).

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