De forma silenciosa, a MediaTek apresentou nesta terça-feira (27) o Helio G91, “novo” chipset 4G da marca que, na verdade, não é bem uma novidade — trata-se de uma versão renomeada do Helio G88, já usado de forma ampla em celulares básicos, trazendo apenas ajustes no processamento de imagem para oferecer suporte a câmeras de maior resolução. Apesar de não empolgar, o componente ao menos é um sinal de que as fabricantes devem buscar trazer recursos de fotografia mais robustos aos smartphones de baixo custo.
A ficha técnica do Helio G91 é idêntica à do Helio G88 e, assim sendo, temos uma CPU de oito núcleos distribuídos em uma configuração 2 + 4, sendo dois Cortex-A75 de alto desempenho rodando a até 2,0 GHz e quatro Cortex-A55 de alta eficiência operando a até 1,8 GHz. Os gráficos ficam sob responsabilidade da GPU Mali-G52 MC2, de dois núcleos, enquanto a fabricação é da TSMC, na já bastante defasada litografia de 12 nm.
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Também estão presentes suporte a até 8 GB de RAM LPDDR4X, Wi-Fi 5, Bluetooth 5.0, telas Full HD+ em proporção 21:9 com taxa de atualização de 90 Hz e redes móveis 4G. A única diferença frente ao G88 é a compatibilidade com sensores de câmera de 108 MP, um upgrade sobre o limite de 64 MP da versão mais antiga.
Não é preciso dizer que a arquitetura já está um tanto datada, assim como a própria litografia — os chips mais modernos usam núcleos como o Cortex-A720 e Cortex-A520, junto da GPU Mali-G620, com fabricação em processos de 6 nm e 4 nm (quanto menor o número, mais veloz e eficiente é o processador). Isso é consequência de uma série de relançamentos: o Helio G88 já era uma versão renomeada do Helio G80 apresentado em 2020.
Sendo este o caso, também é possível estimar o nível de desempenho que a “nova” plataforma oferece. Tomando como base os números do G88, que é usado em celulares como o Redmi 12 4G e o Realme C55, o Helio G91 deve se posicionar ao lado do Snapdragon 680, entregando performance básica para a atualidade.
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Tarefas do dia a dia devem rodar de forma satisfatória, mas uso mais intenso, como jogar e trabalhar com arquivos muito grandes, pode ser um problema. O foco realmente parece ser a popularização de sensores mais robustos de câmera, considerando o suporte a até 108 MP, o que pode ser encarado como um ponto positivo de certa forma.
Podemos ainda estabelecer algumas justificativas para o relançamento: fabricar chips tem ficado cada vez mais caro, o que faz oferecer tecnologias mais modernas a preços acessíveis ser uma tarefa complicada. Ao trazer de volta processadores antigos com reajustes, a MediaTek (e por extensão a Qualcomm, que tem seguido um caminho similar) pode repassar valores mais em conta para as fabricantes de smartphones, consequentemente possibilitando o lançamento de celulares de baixo custo.
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O MediaTek Helio G91 ainda não teve data de disponibilidade confirmada, mas devemos ter novidades em breve. Fora isso, levando em conta que as primeiras publicações da marca relacionadas ao componente foram feitas em suas redes sociais indianas, é provável que a Índia seja o primeiro país a receber dispositivos equipados com o G91.