O que é tsunami meteorológico?

Um tsunami meteorológico consiste em um fenômeno climático que traz tempestades, ventos e ondas violentas, embora menos destrutivas do que as de um tsunami geológico, que se diferencia nas suas causas. Nesse último caso, a intempérie é resultado de atividade sísmica, isto é, com participação de movimentação de placas tectônicas (terremotos e maremotos), atividade vulcânica ou impacto de meteoritos no solo.

Também chamado de meteotsunami, o evento é resultado de uma junção de ventos, ondas grandes e alta pressão atmosférica, o que torna difícil prever sua ocorrência.

Os tsunamis meteorológicos são raros no Brasil, e só foram registrados em dois estados até hoje: Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Eles também já foram vistos em outros lugares do mundo, como Canadá, México, Estados Unidos e na costa da Europa.

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Explicando o tsunami meteorológico

O fenômeno dos tsunamis meteorológicos ainda é bastante desconhecido à ciência, que está apenas no começo da compreensão acerca do assunto. O que sabemos é que eles estão relacionados a perturbações na pressão atmosférica, o que causa eventos rápidos, como tempestades severas e rajadas fortes de chuva e vento.

Segundo a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA), tempestades assim geram uma onda, que se dirige à região costeira e acaba sendo amplificada quando há uma plataforma continental rasa e uma entrada, baía ou outra paisagem costeira favorável. Nesses casos, meteotsunamis podem gerar ondas de até dois metros de altura ou mais.

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Isso já foi visto no Golfo do México, nos Grandes Lagos do Canadá, na costa atlântica dos EUA e nos mares Mediterrâneo e Adriático, na costa da Itália. No Brasil, isso já aconteceu nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O mais documentado foi o registro da praia do Pântano Sul, no sul de Florianópolis, em novembro de 2009, quando barcos e carros foram arrastados e prejuízos ocorreram nas casas e comércios da região. Outro incidente, datado de 11 de novembro de 2023, arrastou carros e assustou os banhistas da praia do Cardoso, região do Farol de Santa Marta, e ninguém ficou ferido. Veja:

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Já em 2016, na praia da Barra do Torneiro, em Balneário Rincão, SC, outro tsunami meteorológico causou estragos, submergindo dois carros e arrastando pessoas para o mar. Esforços conseguiram retirar as pessoas para a costa antes que ferimentos ou mortes ocorressem, e os automóveis foram retirados da água com o auxílio de cordas. Em outra praia, no Morro dos Conventos, uma onda também arrastou carros e alagou um restaurante.

O que causa um tsunami meteorológico?

As causas por trás de um evento da magnitude de um tsunami meteorológico dependem de vários fatores climáticos, como formação de nuvens muito carregadas e ventos fortes que se avançam sobre o mar. Em regiões litorâneas, a diferença de temperatura e pressão atmosférica deixa as águas ainda mais agitadas.

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Aliás, segundo o Ocean Service, a identificação de um tsunami meteorológico é bastante parecida com a de um geológico, ou sísmico. Tais eventos ainda podem ser confundidos com tempestades de vento ou seichas — descolamento de material acumulado no fundo do mar, formando uma grande onda estacionária de alta energia que quebra sobre a orla, causando estragos.

Outro desafio para os meteorologistas é acertar a previsão dos tsunamis meteorológicos. Como o fenômeno depende de linhas de instabilidade para acontecer, torna-se difícil antever sua formação. Geralmente, quando as temperaturas atmosféricas estão muito altas (próximas aos 40 ºC), formam-se as chamadas áreas de instabilidade: nelas, a atividade dos ventos se intensifica, agitando o mar e culminando no tsunami meteorológico, cujas ondas são progressivas, podendo durar de dois minutos a duas horas.

Fonte: MetSul Meteorologia, NOAA, National Ocean Services

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