Uma galáxia apareceu nas imagens de telescópios multiplicada por lentes gravitacionais, formando algo conhecido como Cruz de Einstein. O nome é uma referência às previsões da Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein, sobre galáxias lentificadas no formato de cruz.
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Quando um objeto massivo (como uma galáxia ou aglomerado de galáxias) está entre a Terra e outro objeto bem mais distante em um alinhamento quase perfeito, a luz do objeto de fundo é ampliada e distorcida pelo campo gravitacional do objeto massivo em primeiro plano.
Esse fenômeno amplia tanto a galáxia de fundo que permite os astrônomos observar galáxias muito afastadas que, de outro modo, não seriam detectáveis — daí o nome de lente gravitacional. Às vezes, a lentificação assume formatos curiosos, como o Anel de Einstein e o menos famoso Cruz de Einstein.
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Na imagem acima, você observa a mesma galáxia multiplicada quatro vezes por uma lente criada pela gravidade do objeto alaranjado no centro. Devido à grande massa, o espaço-tempo em torno dele é distorcido de modo que parte da luz da galáxia ao fundo se divide e percorre caminhos diferentes.
Distorções no espaço-tempo acontecem em qualquer lugar, ao redor de todos os objetos macroscópicos com massa — esse fenômeno é o que chamamos de gravidade e é o que nos mantém na superfície terrestre. As partículas de luz também são afetadas pela gravidade, já que elas viajam pelo espaço-tempo, mas a velocidade delas permite um comportamento diferente.
Ao passar por grandes campos gravitacionais, parte da luz emitida pela galáxia mais afastada segue o caminho curvo deste campo, contornando o objeto massivo no meio do caminho. É mais ou menos como dirigir em uma estrada até encontrar um trevo dividindo o caminho em quatro vias diferentes e carro se multiplicasse para entrar em todas as direções ao mesmo tempo.
Com isso, a luz da galáxia chega até nós com uma aparência bem diferente do verdadeiro formato dela, mas, felizmente, os astrônomos possuem algorítimos capazes de reconstruir a imagem original da galáxia para estudá-la.
Embora seja raro, não é a primeira vez que os cientistas encontram uma Cruz de Einstein. Há alguns anos, os astrônomos encontraram a galáxia ZW 2237+030, a 400 milhões de anos-luz de distância em direção à constelação de Pégaso, lentificando um quasar a 8 bilhões de anos-luz de distância. A imagem do quasar também aparece em formado de cruz.
Um artigo detalhando a nova Cruz de Einstein foi aceito pelo The Astrophysical Journal Letters e está disponível no arXiv.org.
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