Lula diz que mercado é “ganancioso” e que dificilmente cumprirá meta déficit zero em 2024

Durante café com jornalistas, nesta sexta-feira (27), o presidente Lula (PT) disse que muitas vezes o mercado é “ganancioso” e que dificilmente cumprirá a meta de déficit fiscal zero estabelecida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para 2024. Segundo o ministro, o cumprimento da meta é essencial para manter o arcabouço fiscal de pé.

“Dificilmente chegaremos à meta zero até porque não queremos fazer corte de investimentos e de obras. Eu não vou começar o ano fazendo um corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse país. Eu acho que, muitas vezes, o mercado é ganancioso demais e fica cobrando a meta que eles acreditam que vai ser cumprida”, disse Lula.

O petista ainda disse que as contas públicas poderão ficar com um rombo entre 0,25% a 0,5% do PIB.

“Tudo o que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai fazer. O que posso dizer é que ela não precisa ser zero. A gente não precisa disso […] Se o Brasil tiver o déficit de 0,5% o que é? 0,25% o que é? Nada. Então, vamos tomar a decisão correta e nós vamos fazer aquilo que vai ser melhor para o Brasil”, afirmou.

O evento foi apenas o quinto encontro do petista com a mídia desde janeiro. Estiveram presentes no café 37 jornalistas de 37 jornais.

Ataques no Rio de Janeiro

Questionado sobre a onda de ataques do Rio de Janeiro, o presidente voltou a descartar intervenção federal e disse que não quer as Forças Armadas, na favela, brigando com bandidos. “Enquanto eu for presidente, não tem GLO”, afirmou Lula.

Crise na Argentina

Lula responsabilizou o governo anterior da Argentina pela crise histórica na economia do país vizinho, que é comandado desde 2003, à exceção do governo Macri (2015-2019), por membros do Foro de São Paulo.

O petista também disse torcer para que os argentinos escolham a “democracia” no segundo turno das eleições presidenciais, em que o candidato do governo enfrenta o libertário Javier Milei.

Recentemente, Lula foi acusado de interferir nas eleições da Argentina com a liberação de um empréstimo bilionário via Banco de Desenvolvimento da América Latina.

Guerra no Oriente Médio

Ao falar sobre a guerra no Oriente Médio, o presidente disse que está disposto a conversar com países aliados do Hamas para intervir pela libertação dos reféns, mas ressaltou que a mesma demanda deveria ser lavada a Israel para que o país libertasse os “presos palestinos”. Lula não se referiu ao Hamas como grupo terrorista.

Fonte

Mostre mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor desativar seu adblock para continuar!