Lula demonstra surpresa com subsidiária da Petrobras no Oriente Médio e diz que Prates tem mente “fértil”

Em entrevista coletiva na manhã deste domingo, em Dubai, onde participou da COP 28, o presidente Lula disse que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tem uma “mente fértil, numa velocidade de Fórmula 1”, se referindo ao anúncio feito por Prates sobre a possibilidade de abertura de uma unidade da petroleira no Oriente Médio.

Lula disse que não foi informado sobre a abertura da Petrobras Arábia. “Eu não fui informado de que gente vai criar uma Petrobras aqui [no Oriente Médio]. Como a cabeça dele [Jean Paul Prates] é muito fértil, e ele pensa numa velocidade de Fórmula 1, e eu funciono numa velocidade de Volkswagen, eu preciso aprender o que é isso que ele vai fazer”, afirmou o presidente.

“A Petrobras não vai deixar de prospectar petróleo. É importante lembrar isso. Porque o combustível fóssil ainda vai funcionar durante muito tempo na economia mundial. Mas, ao mesmo tempo, a Petrobras vai se transformar numa empresa não de petróleo apenas, mas numa empresa que vai cuidar da energia como um todo”, pontuou Lula.

Respondendo a perguntas dos jornalistas, Lula disse ainda que vai conversar com Prates no retorno ao Brasil,. O presidente da Petrobras disse no final da semana, numa entrevista para a Bloomberg News, que a companhia dever iniciar neste mês estudos para instalação de uma subsidiária destinada a fortalecer os laços comerciais na região do Golfo Pérsico.

Atualmente, o Brasil produz mais de 3 milhões de barris de petróleo por dia, aproximadamente o mesmo que Irã e Emirados Árabes Unidos, países membros da Opep. Durante a COP o governo anunciou que o Brasil passará a integrar a Opep+, grupo que reúne os 13 países da Opep, mais dez outros países observadores, sem direito a voto.

O presidente comentou ainda o aparente contrassenso de participar de um bloco petroleiro à imagem de potência ambiental propagada pelo país. “O Brasil não será membro efetivo da Opep nunca porque nós não queremos. Agora, o que nós queremos é influir”, afirmou.

“O observador vai para ouvir e vai para dar palpite. E por que é importante para o Brasil participar? É verdade que nós precisamos diminuir o combustível fóssil, mas é verdade que nós precisamos criar alternativa. Então, antes de acabar, você precisa oferecer à humanidade uma opção. A participação na Opep+ é para a gente discutir a necessidade de investirem um pouco do seu dinheiro para ajudar os países pobres do continente africano, da América Latina, da Ásia”, completou Lula.

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