A NASA acabou de enviar para a Estação Espacial Internacional (ISS) fotos de cachorros, gatos e outros animais – e tudo isso usando um novo e sofisticado sistema de laser. A tecnologia de retransmissão é bidirecional, e permite que mensagens sejam enviadas e recebidas.
Para quem tem pressa:
- A comunicação no espaço é limitada pela largura de banda, e com os lasers, a quantidade de dados que podem ser transmitidos de uma única vez aumenta significativamente;
- No entanto, atualmente não existe nenhum método que permita que muitos dados sejam enviados rapidamente para espaçonaves distantes da Terra;
- Sendo assim, a NASA primeiro enviou a mensagem para satélites geoestacionários, para depois enviá-los para a ISS.
A comunicação no espaço pode ser complicada, isso porque ele é limitada pela velocidade da luz e principalmente pela largura de banda, a quantidade de dados que uma conexão pode enviar ou receber em um determinado período.
Por exemplo, a missão New Horizon, que chegou até Plutão, possui uma largura de banda tão pequena, que os dados coletados em apenas alguns dias levaram cerca de um ano para chegar até a Terra. Os lasers, no entanto, permitem que a velocidade com que os dados são transmitidos aumente significativamente.
A missão Psyche, lançada no ano passado, é equipada com um sistema de laser infravermelho, conhecido como Deep Space Optical Communications (DSOC), demonstrado pela primeira vez quando estava a cerca de 16 milhões de km de distância. Nessa primeira luz, as mensagens levaram apenas 50 segundos para chegar à Terra. Um mês depois, mais 3 milhões de km à frente, a Psyche enviou uma nova mensagem – um vídeo de um gatinho.
Embora a nave espacial tenha enviado as mensagens super rapidamente, foi tudo unilateral. Atualmente, não existe nenhum método que permita que tanto dados como um vídeos sejam enviados rapidamente para uma espaçonave tão longe.
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Mensagem a laser não foi enviada diretamente para a ISS
Enviar os dados para a ISS foi diferente. Em comunicado, a NASA informou que utilizou o centro de operações da missão em Las Cruces, Novo México, para transmitir os dados para as estações terrestres do Texas ao Havaí. Nesses locais, os dados foram modulados em sinais de laser e transmitidos para o espaço a uma velocidade de 1,2 GB por segundo.
No entanto, em vez de serem enviados diretamente para ISS, os dados foram primeiro transmitidos para satélites a 36 mil km de altura, na órbita geoestacionária, para depois serem retransmitidos para um receptor na parte externa da plataforma espacial.
Apesar de parecer algo simples de ser feito, a conquista da NASA exigiu que alguns desafios técnicos fossem ultrapassados. Os lasers podem carregar uma grande quantidade de dados e viajar na velocidade da luz, mas a essas distâncias, e principalmente as que a NASA cogita usar no futuro, como Marte, atrasos podem acontecer e causar a perda de dados cruciais.
Por causa disso, a agência implementou um processo em que a mensagem é avaliada e pode ser encaminhada imediatamente ou armazenada para ser enviada no futuro. Um sistema de rede tolerante a atrasos de alta taxa (HDTN) foi desenvolvido para a avaliação ser feita quatro vezes mais rápido do que as capacidades até então existentes.
Esses avanços permitirão que quando os astronautas estiverem na Lua, durante a missão Artemis 3, eles possam enviar fotos usando a internet, em vez de enviar imagens granuladas em preto e branco, como na era Apollo.
Eles não apenas demonstraram como essas tecnologias podem desempenhar um papel essencial na viabilização das futuras missões científicas e de exploração da NASA, como também proporcionaram uma oportunidade divertida para as equipes ‘imaginarem’ seus animais de estimação auxiliando nesta demonstração inovadora.
Kevin Coggins, da NASA, em comunicado
Fonte: Olhar Digital