Juros podem cair menos com incertezas e mercado de trabalho “aquecido”, diz BC

Apuração em andamento

Este conteúdo é sobre um fato que ainda está sendo apurado pela redação. Logo teremos mais informações.

O aumento nas incertezas domésticas – como a manutenção de um mercado de trabalho mais aquecido – e internacionais levou o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) a adotar uma postura mais cautelosa para as próximas reuniões. A sinalização consta da ata divulgada na manhã desta terça-feira (26) pelo BC.

Em sua última reunião, na semana passada, o Copom reduziu a taxa Selic de 11,25% ao ano para 10,75%. No entanto, o colegiado admitiu a possibilidade de um ritmo mais lento nos cortes dos juros de agora em diante.

“O cenário-base não se alterou substancialmente, mas, diante das incertezas do cenário, julgou-se apropriado ter maior flexibilidade de política monetária”, destaca o documento no parágrafo 22.

A ata também ressalta que alguns membros do Copom argumentaram que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de corte de juros se mostraria mais apropriado, independentemente da taxa final que se deseja atingir.

O ponto médio (mediana) das expectativas de mercado para o fim do ano está em 9%, conforme aponta o boletim Focus, também publicado nesta terça.

Dados mostram mercado de trabalho aquecido

O mercado de trabalho interno é uma das principais preocupações
internas do Copom. Os últimos dados divulgados mostram um mercado extremamente
aquecido.

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo
Caged), foram criados 180,4 mil postos de trabalho com carteira assinada em
janeiro, mais do que o dobro registrado no mesmo mês de 2023.

A taxa de desemprego em janeiro estava em 7,6%, de acordo com
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de ter
havido uma ligeira alta em comparação a dezembro (7,4%), esse indicador é o
menor para o primeiro mês do ano desde 2016.

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe)
identificou um reajuste real dos salários de 2% em janeiro, o mais alto para
esse mês desde 2007 e o melhor resultado desde 2013. Além disso, uma prévia
para fevereiro indica que 94,6% dos reajustes salariais superaram o INPC,
principal índice utilizado para correção dos salários.

O Comitê expressou preocupação com os efeitos da ampliação
dos ganhos reais no período mais recente e com a aceleração do crescimento da
massa salarial, destacando a dinâmica prospectiva da inflação de serviços.

Diante desse cenário, o órgão da autoridade monetária ressalta
que permanece atento à dinâmica dos rendimentos, conduzindo pesquisas para
avaliar o grau de ociosidade no mercado de trabalho e seus possíveis impactos
sobre a inflação de serviços.

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