Junta torna Campello inelegível na eleição do Vasco; presidente vê “manobra política covarde” | vasco

A briga política do Vasco teve mais um capítulo. Nesta sexta-feira, a Junta de Recursos tornou o presidente Alexandre Campello inelegível. Com a decisão, o mandatário está impedido de concorrer no pleito de 7 de novembro – ele é candidato à reeleição.
O recurso apresentado por Elói Ferreira de Araújo, primeiro vice-presidente do clube, foi acatado por um voto de minerva de Edmilson Valentim, presidente do Conselho Fiscal, após empate em 2 a 2. Campello definiu a decisão como “manobra política covarde”, acusou o grupo político Identidade Vasco, de Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo, de articulá-la e disse que a derrubará no “foro competente”.
Campello será candidato à reeleição no Vasco — Foto: Raphael Zarko
Campello será candidato à reeleição no Vasco — Foto: Raphael Zarko
A Junta de Recursos começou a análise de quem pode votar e ser votado na Assembleia Geral Ordinária (eleição presidencial) na última segunda-feira. Presidida por Faues Cherene Jassus, o Mussa, presidente da Assembleia Geral, conta ainda com os seguintes integrantes: Rafael Landa e Otto de Carvalho Junior, membros do Conselho Fiscal.
Mussa e Otto votaram por negar o recurso enquanto Landa e Edmilson, por acatá-lo. Em caso de empate, o presidente do Conselho Fiscal tem o voto de minerva. Foi o que aconteceu.
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Mussa, aliás, divulgou uma nota anunciando o término dos trabalhos. O resultado efetivo, com os números e as listas de eleitores e elegíveis, será divulgado apenas na semana que vem, junto com a ata.
Nota oficial da Junta de Recursos do Vasco — Foto: Reprodução
Nota oficial da Junta de Recursos do Vasco — Foto: Reprodução
Qual o argumento para tornar Campello inelegível?
Na última sexta-feira, Elói Ferreira, primeiro vice-presidente do Vasco, enviou à secretaria do clube pedido de impugnação de Campello, alegando que este cometera infrações ao Estatuto do Vasco na condição de eleitor e de elegível.
Como eleitor, Campello, de acordo com o recurso de Elói, estava inadimplente – ele citou a mensalidade referente ao mês de dezembro de 2019 e o 13º do mesmo ano.
Como elegível, a reprovação de suas contas referentes ao exercício de 2018, segundo a fundamentação do recurso, seria suficiente para tirá-lo do pleito de novembro próximo. Elói Ferreira citou descumprimento do artigo 33 do estatuto e da lei 13.155/2015 (Profut).
A Junta acatou apenas o pedido para tornar Campello inelegível.
Na entrevista ao ge na qual oficializou a candidatura à reeleição, Campello classificou como “ridículo” o argumento de que estaria inadimplente. Alegou ter pago todo o ano de uma única vez, via cartão de crédito. Sobre a reprovação de contas, usou o mesmo argumento postado em seu perfil no Twitter na noite desta sexta: a premissa não está baseada no atual estatuto do Vasco. E afirmou ainda que seus opositores têm medo das urnas.
Tanto que meu nome constava da lista da AGE e consta da lista da AGO, aprovada pela Junta Eleitoral. Não satisfeitos, se basearam numa cláusula de um estatuto que sequer foi aprovado. Ter essa gente contra mim mostra que estamos no Rumo Certo.
O que diz Roberto Monteiro?
Citado por Campello, o presidente do Conselho Deliberativo se manifestou:
– Ele foi impugnado pela Junta e não por mim, mas apoio a decisão baseada no Estatuto e na lei. Se está no Estatuto e na lei, cumpra-se. Querer se vitimar é o que ele sempre fez.