A inteligência artificial é duas vezes mais precisa que biópsia para avaliar o nível de agressividade do câncer. Pelo menos, é o que afirma um estudo realizado pela Royal Marsden NHS Foundation Trust e pelo Institute of Cancer Research (ICR) e publicado na revista científica The Lancet Oncology.
No estudo, os pesquisadores analisaram mais precisamente a agressividade dos sarcomas, uma forma rara de câncer que se desenvolve nos tecidos conjuntivos do corpo, como gordura, músculos e nervos.
Para desdobrar o estudo, os autores usaram tomografias computadorizadas de 170 pacientes e, usando dados dos exames, criaram um algoritmo de IA que foi testado em 89 pacientes na Europa e nos EUA.
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A tecnologia classificou com precisão o quão agressivo o tumor provavelmente seria em 82% das vezes, enquanto as biópsias foram precisas em 44% dos casos.
Na ocasião, a IA também conseguiu diferenciar entre leiomiossarcoma e lipossarcoma (as duas formas principais de sarcoma retroperitoneal, que se desenvolve na parte posterior do abdômen e é difícil de diagnosticar e tratar devido à sua localização) em 84% dos sarcomas testados, enquanto os radiologistas não conseguiram perceber a diferença em 35% dos casos.
IA avalia agressividade do câncer
Ao proporcionar aos médicos uma forma mais precisa e eficaz de classificar os tumores, os pesquisadores esperam que a tecnologia melhore a gestão da doença e os resultados.
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Em comunicado, os autores apontam que, como tumores de alto grau podem indicar doenças agressivas, a ferramenta pode ajudar a garantir que os pacientes de alto risco sejam identificados e recebam tratamento com prioridade.
Enquanto isso, os pacientes de baixo risco podem ser poupados de tratamentos desnecessários, exames de acompanhamento e visitas hospitalares. A ideia é também acelerar o diagnóstico da doença, apoiando os médicos na identificação mais precisa.
IA contra o câncer
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Não é a primeira vez que vemos a inteligência artificial como uma aliada contra a tão temida doença. Em junho, pesquisadores desenvolveram uma IA capaz de prever câncer de mama 5 anos antes dos primeiros sinais.
Já vimos, também, que a IA pode diagnosticar tumor cerebral e ajudar cirurgiões a decidir o melhor procedimento a ser seguido na mesa de operações.
No que diz respeito ao câncer de pulmão, pesquisadores chegaram a desenvolver uma IA que prevê necessidade de exames e risco de morte.
De modo geral, é uma ferramenta tão eficaz que o CEO da Moderna chegou a estimar que a IA vai descobrir a cura do câncer.
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Fonte: The Institute of Cancer Research, The Lancet Oncology