GWM ironiza fim da isenção para carros elétricos: “Não adianta chorar”

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A Great Wall Motor (GWM), montadora chinesa que lidera o segmento de híbridos no Brasil com o Haval H6 e, em 2024 passará a produzir seus carros na antiga fábrica da Mercedes-Benz, em Iracemápolis (BA), ironizou a possibilidade de o Governo acabar em breve com a atual isenção do imposto para importação de veículos elétricos.

Oswaldo Ramos, CCO da GWM no Brasil, foi taxativo ao defender a estratégia da empresa no programa rotulado de “Mobilidade Verde” (antigo Rota 2030), apresentado nesta quinta-feira (21). O evento foi transmitido online, diretamente da área de pintura da futura planta, a primeira da linha de produção a ficar 100% pronta.

“A revolução global é irreversível. Ninguém vai parar, e as marcas que não acompanharem estão destinadas a encerrar suas atividades no Brasil”.

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O executivo ironizou as marcas que têm o portfólio predominante a combustão no Brasil e buscaram ajuda do Governo para frear o que muitos vêm rotulando de “invasão chinesa”, em alusão à chegada não apenas da GWM, mas também da BYD, da Seres e de muitas outras.

“Não adianta chorar com o Governo ou com uma série de coisas paralelas. Quem vai decidir o que comprar é o mercado consumidor. Estamos aqui com nossas marcas para produzir no Brasil e dizer: a nova era chegou. Quem quiser continuar no Brasil, é melhor vir e acompanhar”, avisou.

Liderança surpreende até a GWM

Os bons números conquistados pela GWM desde que começou a vender o SUV Haval H6 no Brasil, derrubando até mesmo o Toyota Corolla Cross, surpreendeu os próprios executivos da marca.

Segundo Oswaldo Ramos, porém, não há segredo. A resposta para a liderança no segmento é explicada de forma simples: a montadora está oferecendo ao mercado tudo o que o consumidor procurava.

“Os números estão surpreendendo até nós mesmos, mas não tem segredo. Não adianta fazer baratinho só pra dizer que é híbrido, ou mandar só elétrico da matriz, pois o Brasil não está pronto”, comentou antes de fazer nova crítica aos rivais nacionais.

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“Aí vai todo mundo pra Brasília e tenta fazer na legislação a saída, cada um puxando para sua tecnologia. Aí o país não vai para frente. O consumidor não é bobo. Quando fizer uma oferta com o produto correto, o mercado vai se direcionar ao produto que dá match. Não adianta simplesmente tentar fazer regras fiscais, pois o mercado vai se adaptar a tudo isso. Quem não se adaptar, vai sumir até 2026. Quem não investir na descarbonização do planeta, está fora do jogo”.

A GWM aproveitou a oportunidade para reforçar que também está comprometida em investir em outro tipo de combustível limpo, esse ainda mais embrionário no Brasil: as células de hidrogênio. A montadora já tem, inclusive, parceria com o governo de São Paulo para pesquisa e desenvolvimento do tema.

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