Resgate de moradores, monitoramento do nível de rios, quantidade de chuva e pontos de alagamento, além de reparos em estradas e planejamento antecipado para enfrentar possível agravamento da situação estão na lista de trabalhos realizados pelo Governo de Mato Grosso do Sul neste período de fortes chuvas no Estado. No quesito reparos, há atualmente ao menos 64 pontos de intervenção com máquinas diversas.
De pronto, as principais ações diante das chuvas são tomadas pelo Corpo de Bombeiros e Cedec (Coordenadoria Estadual de Defesa Civil), em parceria com as prefeituras das áreas afetadas. Exemplo disso foi o resgate de 47 pessoas que ficaram ilhadas durante a chuva que atingiu Bonito no fim de semana passado.
O Corpo de Bombeiros recebeu o chamado e fez o resgate, não apenas de pessoas, mas também de animais domésticos em um total de nove ocorrências relacionadas ao temporal que elevou o nível dos rios. Quatro viaturas, nove militares e um caiaque foi empregado no trabalho, realizado em maior parte à noite.
Com a redução do nível de água destes locais horas depois, os moradores retornaram para suas casas, mas as autoridades municipais e estaduais seguem em alerta para o socorro dessas pessoas, se antecipando caso um novo incidente surja.
“Pedimos para todos os municípios que se organizem e nos passem relatórios detalhados, específicos, para darmos essa resposta à população. Temos que nos antecipar para atender quem precisar de nós nesse momento”, explicou no domingo (27) o governador Eduardo Riedel, logo após encontro com sete prefeitos da região sudoeste. A reunião aconteceu pouco depois do governador sobrevoar áreas afetadas pelas chuvas.
Em Campo Grande, a chuva chegou forte entre a tarde e noite de domingo, causando estragos em vias públicas urbanas da região sul, impedindo um dos acessos ao Jardim Botafogo. O resgate do motorista de uma camionete que caiu em uma cratera foi feito pelos Bombeiros, que também removeram veículos de pontos de alagamento.
Máquinas a postos
Fora o atendimento direto à população atingida pelas chuvas, também são realizados levantamentos de áreas que sofreram estragos, passando por intervenção imediata para reestabelecer a normalidade, principalmente estradas e pontes.
Rodovias como a MS-244, MS-347 e MS-352, mais próximas a Campo Grande, passam por restauração após problemas ocasionados pela força das chuvas. Estradas vicinais que estão sob jurisdição municipal também recebem apoio do Estado.
Já na região de Bonito, uma das mais afetadas, a rodovia MS-178 segue parcialmente interditada por causa do surgimento de um grande buraco, enquanto que na MS-170 o rompimento do caixão de aterro obriga o tráfego a ser feito por desvio lateral.
Outras rodovias no sul e leste do Estado também foram afetadas pelas chuvas e estão listados em relatório da Seilog (Secretaria de Infraestrutura e Logística) para elencar os trabalhos realizados pelo Governo de Mato Grosso do Sul no setor.
Ao todo, há pelos menos 64 pontos passando por manutenção atualmente, trabalho de rotina da Seilog e Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), mas que foi intensificado com a chegada das fortes chuvas em todo o Estado.
As obras ocorrem nas regionais de Amambai (3 pontos), Paranaíba (5), Nova Andradina (4), Miranda (2), Bela Vista (8), Dourados (5), Três Lagoas (6), Campo Grande (7), Corumbá (2), Coxim (1), Jardim (3), Maracaju (8), Costa Rica (5) e Camapuã (5).
Olhar atento
A ação do Governo do Estado prossegue em outras áreas. Uma delas é a de monitoramento do nível dos principais rios do interior. O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), por exemplo, confere o marca em vários trechos de rios como Miranda, Aquidauana, Taquari, Paraguai, Piquiri e Cuiabá.
Segundo a aferição publicada pela manhã, apenas o rio Miranda se encontra com o nível em status de emergência, no trecho próximo a Estrada MT-738. Lá, volume acima de 6,5 metros é considerado emergencial, estando atualmente 2,72 metros além do limite. Nessa área também foi conferido um total de 138,4 milímetros de chuva em sete dias.
Outro trecho do curso do rio Miranda que também está acima da normalidade, mas gerando por ora estado de alerta, fica em Miranda (6,70 metros). Lá, o status de emergência passa a valer a partir de 7 metros, conforme a tabela do Imasul.
Fora dali, apenas o rio Taquari, em Coxim, se apresenta acima do normal, mas também em alerta. A aferição no local é de 4,30 metros, 70 centímetros a menos que o limite. De um modo geral, o que se vê é uma tendência geral de redução dos níveis, exceto no rio Miranda, onde há uma crescente constante de volume.
A previsão do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) de Mato Grosso do Sul é que nos próximos dias o tempo siga instável no Estado, com probabilidade de chuvas de intensidade fraca a moderada, mas com possível ocorrência de chuvas mais intensas e tempestades acompanhadas de raios e rajadas de vento, com destaque nas regiões centro-sul e leste de Mato Grosso do Sul.
“As instabilidades ocorrem devido a combinação de calor e umidade, aliado ao avanço de cavados e a atuação de um sistema de baixa pressão atmosférica no Paraguai. Além disso, podem ocorrer acumulados de chuvas significativos, com valores acima de 50 milímetros em 24h até quinta-feira (2)”, consta na previsão do Cemtec.
Nyelder Rodrigues, Comunicação Governo de MS
*colaborou Bruno Chaves, Comunicação Seilog
Fotos: Seilog, Cemtec e Guilherme Pimentel (governador na aeronave)
Fonte: Governo do Estado de Mato Grosso do Sul